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2024

Projeto de cultivo de sementes crioulas estimula a preservação da agroecologia

Laurindo Tschoeke, agricultor de Piên, guarda sementes crioulas há mais de 50 anos. Foto: Arquivo/O Regional

Uma rotina de plantar, colher, guardar e compartilhar. Este é o ciclo vivido pela Rede de Sementes da Agroecologia (ReSa) do Paraná, formada por agricultores que têm como missão conservar variedades de sementes crioulas e que são passadas de geração em geração.

A ReSa surgiu em 2015, por meio da atuação de organizações, buscando articular as iniciativas relacionadas às sementes no Estado. Em todo o suleste paranaense, a entidade vem ganhando espaço e novos adeptos que compartilham da preservação, produção, reprodução, comercialização e troca de produtos.

Inês Fatima Polidoro, integrante da ReSa e guardiã em Mandirituba, detalha que o grupo visa dar visibilidade e capacidade de enfrentamento para as diversas ameaças que as sementes sofrem. “Ela tem como base de trabalho a agroecologia, que é um modelo de produção de alimentos, garantindo uma maior autonomia às famílias de produtores e ao consumidor, com a opção de se alimentar de produtos sem o uso de agrotóxicos e sem transgênicos. Defendemos que a sementes são patrimônio da humanidade e que precisam estar a serviço dos povos, principalmente para a produção de alimentos e a continuidade da biodiversidade”, conta.

Segundo Inês, há uma variedade de sementes compartilhadas entre os grupos que compõe a rede na região. “São desde sementes de hortaliças, tubérculos, abóboras, ramas de batata e mandioca, feijão, milho, arroz”, relata a guardiã, detalhando como é possível integrar o grupo. “Para fazer parte do projeto, que tem como objetivo principal multiplicar os guardiões, a pessoa precisa entender que para que a vida possa continuar, devemos cuidar da natureza, da mãe terra. Se comprometer em cuidar da semente, colher e partilhar”, pontua.

Agricultor Laurindo Tschoeke e a esposa relatam a tradição do cultivo de sementes na família. Foto: Arquivo/O Regional

Cultivando sementes há mais de 50 anos, o pienense Laurindo Tschoeke relata que a tradição sempre foi cultivada pela família. “É um hábito que vem desde o tempo dos pais. Um exemplo é o milho de palha roxa, o qual peguei as sementes quando tinha 17 anos”, lembra Tschoeke, comentando sobre a produtividade em sua propriedade. “Temos alimentos para consumo próprio e para manter os animais”, comenta.

O agricultor detalha que o interesse em fazer parte da rede é a troca de experiências e culturas. “Costumo, sempre que possível, guardar as sementes de variadas culturas, como milho, feijão, abóbora, ramas de batata doce. Procuro compartilhar as sementes com quem tem interesse e busco procurar outras qualidades para diversificar a produção”, finaliza.

Em Piên, os interessado em fazer parte da rede de guardiões podem entrar em contato no (48) 9801-8311, com Gabriela.

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