A mais recente publicação da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV DAPP) faz importantes revelações com o título “O dilema do brasileiro: entre a descrença no presente e a esperança no futuro”. O estudo é resultado de ampla entrevista feita com 1.568 pessoas em 108 municípios, entre os dias 19 e 24 de agosto. A pesquisa aponta que a insatisfação dos brasileiros no atual contexto se reflete numa falta de confiança generalizada do presidente em 83%, nos políticos e nos partidos de 78%. Isso expresso em todas as regiões, faixas etárias e de renda.
O estudo mostra que enquanto as instituições políticas são alvos de ampla rejeição, 61% dos brasileiros depositam credibilidade na igreja, 46% nos militares e 42% nos juízes. Em relação às eleições do próximo ano, 55% dos entrevistados afirmam que não votarão novamente no mesmo candidato em que votaram nas últimas eleições. E, inclusive, 30% pretendem votar em algum candidato fora da política tradicional e 29% relatam que não vão votar em ninguém.
Quando se trata da região Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, 41% declararam que não votarão no mesmo candidato da eleição passada. No geral, 63% afirmam que a corrupção é o tema que mais angustia o Brasil.
O levantamento da FGV deixa claro que a grande parcela da população ainda sofre com a recessão econômica, discordando que o pior da crise já passou, ou que já houve alteração na queda do desemprego, da inflação e dos juros.
Entre as prioridades no futuro próximo, o brasileiro defende a diminuição da desigualdade, mas é majoritariamente contrário ao aumento dos impostos. 54% dos entrevistados acreditam que a qualidade de vida nos próximos cinco anos vai estar melhor. E embora o cenário atual seja de forte crise, 83% dos que responderam a entrevista tem esperança no Brasil a longo prazo.
