Após ter uma breve paralisação decorrente das medidas de isolamento impostas pela Covid-19, as empresas fumageiras vêm gradativamente restabelecendo a compra do tabaco da safra 2019/2020. Segundo estimativa da Afubra, cerca de 60% da produção da região já foi comercializada pelos produtores.
Um dos fumicultores que vêm trabalhando na preparação do tabaco é o pienense Otto Seidel, da localidade de Gramados. Nesta safra, ele fez o plantio de 40 mil pés e conta que o desenvolvimento da lavoura ocorreu dentro do esperado. “Segui as orientações e obtive um produto de boa qualidade e com bom peso”, conta Seidel.
Apesar da boa produtividade, a comercialização do tabaco não tem sido conforme esperava o agricultor. “Vendi apenas 2 mil quilos e houve, ao meu ver, uma desvalorização da classe”, lamenta Seidel, pontuando outras dificuldades com a venda devido à pandemia. “As empresas estão retomando aos poucos as atividades, deixando este processo ainda lento, o que preocupa os produtores que têm que armazenar a produção por mais tempo em suas propriedades”, relata.
Devido ao coronavírus, a equipe técnica da Afubra tem evitado realizar visitas, fazendo pesquisas com os produtores por telefone. Na última safra, o preço médio de comercialização foi de R$ 9,46, enquanto que na lavoura atual o valor tem sido de R$ 9,50. “Este cenário deve ter mudança, afinal, tem uma parcela significativa do tabaco a ser comercializada”, salienta o inspetor de campo da Afubra, Vilmar Niser, detalhando sobre o panorama atual. “A produção deste ano foi muito boa, no entanto, a estiagem fez com que o fumo de copa perdesse um pouco a qualidade. Aliado a isso, as fumageiras têm sido bastante rígidas na compra”, conta.
Com a comercialização da safra em andamento, os produtores também já planejam o próximo plantio. “O custo médio de produção está em R$ 7,50 o quilo, por isso, é importante o produtor buscar meios de diminuir os custos”, enfatiza Niser, destacando algumas orientações. “É preciso que o produtor plante o que a sua propriedade absorve, analisando a capacidade de secagem da estufa, a área que dispõe para plantio, a mão de obra disponível e a lenha. Quanto mais necessário gastos extras nestes fatores, menor será a margem de lucro. Além disso, é preciso prezar pela qualidade, não pela quantidade”, finaliza Niser.