Há quase dois anos, esses profissionais precisaram repensar os modelos de ensino e depois de um período longe, o mundo da educação vem se adaptando ao novo normal. Hoje é comemorado o dia dos professores
Após dias turbulentos de inúmeras barreiras que separavam os professores dos estudantes, o cenário otimista promete dias melhores para a educação com a volta presencial das aulas. Os profissionais, em especial os professores, precisaram se reinventar de diversas maneiras. Pois, além dos problemas já existentes, passaram a trabalhar de casa, longe dos estudantes. Neste dia 15 de outubro, é lembrado o dia desses profissionais. Com a melhora do cenário da pandemia, se aproxima a volta do formato das aulas, como era antigamente.
A professora de Piên, Cleonice Kobsczinski, atua na área da educação há 26 anos e afirma que o professor não é um detentor do conhecimento e sim um mediador. “A gente abre caminho para o conhecimento, não sabemos tudo. É uma troca diária de vivências e experiências”, comenta. Cleonice aborda que a pandemia reforçou a importância do contato humano entre os professores e os estudantes. “Com nossos estudantes dentro de sala de aula é possível observar se estão aprendendo”, diz.
Camila Renata Lobo, professora de Fazenda Rio Grande, com uma trajetória de 18 anos, atuou em diversas áreas da educação, seja na coordenação pedagógica, na orientação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa ou como professora do curso Formação de Docentes (Magistério). Camila é formada em Pedagogia, Letras, e tem especialização em educação especial e psicopedagogia.
Ela afirma que ser professor, além de ensinar, é saber viver, conviver, respeitar o próximo e aprender com ele. “É necessário ter um compromisso consigo mesmo, sendo que na generosidade, pode-se disseminar conhecimento. Ser professor, é legado e também uma missão cotidiana, entender que cada aluno vem com cargas, marcas, estar disponível para entender e ajudar sem julgar, buscar diante a isso valorizar o melhor que cada aluno traz”, comenta.
A profissional afirma que com a pandemia, diversos desafios têm sido enfrentados pelos professores. Alguns deles precisaram lidar com as mudanças bruscas e se adaptar ao ensino à distância. “Continuar o processo de ensino-aprendizagem sem aulas presenciais foi difícil para todos os envolvidos, mesmo no caso daqueles que já tinham certa familiaridade com esse modelo”, afirma.
Além desses fatores, o emocional também exigiu dos profissionais da educação, segundo Camila. “Os professores que são apaixonados pela carreira que escolheram e amam trocar conhecimento com seus alunos estão sofrendo com a distância deles. A escola precisou se reinventar e, em meio a isso, surgiram possibilidades, algumas satisfatórias outras não. Temos ainda a questão de alcançar todas as famílias, muitas vezes nossos meios de comunicação não são tão eficientes”, comenta.
A professora Kauana Aguiar, de Fazenda Rio Grande, afirma que o ano de 2020 tornou o cenário de incertezas, tanto para os profissionais da Educação, quanto para os estudantes. “Com a pandemia ficou tudo mais difícil, por fatores como a comunicação, falta de contato dos professores com os estudantes. Essas questões tornaram o processo de acompanhamento das crianças mais difícil”, afirma.
A docente afirma a importância do papel social dos professores e da escola. “A gente tem um papel importante na vida das crianças. Muitas vezes recebemos crianças com fome e podemos acolhê-las. Essa falta de contato prejudicou um pouco nosso trabalho, tornando-o desafiador”, argumenta.
Kauana afirma que com o retorno dos estudantes às escolas, é possível tentar uma recuperação com essas crianças. “Precisamos entender o que os estudantes realmente aprenderam, acolhendo eles e fazendo a retomada do conteúdo, com foco na aprendizagem”, diz. A professora afirma que o momento que a educação passou foi novo para todos, tanto para os estudantes, quanto para os professores.