Na noite de quarta-feira, após a divulgação dos fatos envolvendo mais um escândalo de corrupção no país, visto por muitos como uma “bomba” no cenário político, milhares de cidadãos se manifestaram das mais diversas formas. As redes sociais não falaram em outra coisa que não fosse a delação premiada feita pelos diretores da empresa JBS. Dessa vez, o presidente da república Michel Temer está comprovadamente envolvido.
Entre os muitos que se posicionaram a respeito do escândalo envolvendo o presidente da república e outros políticos de destaque do país, estão os procuradores do Ministério Público Federal (MPF). O procurador da Força Tarefa da Lava Jato, Carlos Fernando, falou que é preciso acreditar no trabalho sério desenvolvido pelo MPF, que começou em 2014 e não é contra ou favor de qualquer partido, mas sim na firme tarefa de revelar a corrupção político-partidária sistêmica que mina todos os esforços da população para trabalhar e crescer por esforços e méritos próprios. Ele disse ainda que “Não sejamos maniqueístas de achar que ou é o partido X ou o partido Y o problema. É muito mais que isso. Nem também aceitemos a ideia de que precisamos encerrar as investigações, jogando tudo debaixo do tapete, em troca de uma recuperação econômica. Enquanto não mudarmos a política e as leis processuais e penais, viveremos uma crise atrás de outra. Precisamos acreditar que é possível mudar”.
Outro posicionamento foi do coordenador do MPF na Força Tarefa, o procurador Deltan Dallagnol. Ele destaca que há muitas reformas necessárias, mas a prioritária é a Anticorrupção. Segundo ele, ninguém mais aguenta toda essa podridão e se este Congresso não fizer as reformas necessárias contra a corrupção, será uma confissão de incompetência e merecerá a vergonha dos crimes que o cobrem – com as honrosas exceções daqueles que estão lutando por essas mudanças. E a melhor coisa que a sociedade poderá fazer, além de protestar, será mostrar sua indignação nas urnas, colocando no Congresso em 2018 pessoas comprometidas com as transformações que queremos ver. Dallagnol encerra de forma muito forte, escrevendo: “Não roubarão nosso país de nós. Lutaremos por ele até o fim”.