Casos de abandono de animais, deixados sem alimentação, sob sol e chuva, são comuns e corriqueiros na cidades da região, sujeitando-os à proliferação de doenças e à acidentes envolvendo pedestres, ciclistas ou motociclistas. Buscando reverter esta realidade e conscientizar a sociedade para a prevenção aos maus-tratos e incentivo a posse responsável foi instituída a campanha Abril Laranja.
Nas região, alguns municípios vêm atuando de forma constante para atender cães e gatos de rua, com feiras de adoção, castração, microchipagem e todo o cuidado necessário. Há também ONGs e entidades que realizam um trabalho de conscientização e auxiliam no atendimento destes animais.
O secretário municipal de Agricultura de Quitandinha, Jean Bastos, explica que a pasta atua em conjunto com a vigilância municipal para atender a demanda. “O problema atual de Quitandinha é o abandono de animais vindos de outras cidades ao nosso redor. Já atendemos e autuamos pessoas de outros municípios que abandonam os animais aqui. Em situações como essas, principalmente de maus tratos, atendemos as denúncias e recolhemos os animais em situação de extrema vulnerabilidade, após isso, encaminhamos eles para instituições que tenham estrutura para cuidar desses animais”, explica.
Para Edna Barbosa, representante da Vigilância em Saúde de Quitandinha, e Edinei Mlenek, biólogo da Secretaria de Agricultura, a conscientização da sociedade para o assunto é essencial. “Nossa população de animais de rua está bem abaixo da média registrada em outros municípios da região. Temos pessoas muito acolhedoras, então os animais que aparecem nas ruas são, invariavelmente, acolhidos pelos moradores. Principalmente aqueles que moram nas zonas mais afastadas do Centro”, detalham, reforçando a posse responsável. “Cada animal é uma vida, e devemos tratar com a consciência, valor e respeito. Ao adotar um animal, você está se responsabilizando por aquela vida. Antes da adoção, a população deve pensar se tem reais condições, tanto financeiras quanto pessoais de arcar com essa responsabilidade”, pontuam.
Em Piên, de acordo com a técnica em Meio Ambiente da prefeitura, Cristiane Telma Abuda, o poder público tem auxiliado com palestras nas escolas e atendimento veterinário quando é realizada uma denúncia. “Temos ainda o projeto Milonga, coordenado por duas moradoras, com o recolhimento de tampinhas que são vendidas e revertidas em castração”, detalha.
Segundo Cristiane, a população também tem papel fundamental no controle de zoonoses, evitando ninhadas indesejáveis, realizando a castração ou vacina e mantendo seu animal dentro de seu quintais. “Temos muitos animais nas ruas que têm dono e estão soltos. Antes de trazer um animal para casa, é preciso verificar se todos aceitam e ter consciência que ele precisa de cuidados”, explica a profissional, alertando que casos de maus-tratos contra animais são considerados crimes. “Abandono significa maus-tratos e está previsto em lei, em que praticar ato abuso, ferindo ou mutilando animais silvestres, nativos ou domésticos é crime. Por isso, se ver alguém abandonando ou maltratando, denuncie”, finaliza.