sábado, 7
 de 
dezembro
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2024

Indivíduos com comportamento de acumulação e a saúde única (Parte II)

“Casos de acumulação compulsiva podem colocar em risco os três pilares indissociáveis da Saúde Única: humana (saúde do indivíduo com comportamento de acumulação), animal (dos animais envolvidos direta ou indiretamente) e ambiental (do ambiente doméstico e na comunidade).

Quanto à saúde humana, indivíduos com comportamento de acumulação podem apresentar com maior frequência doenças crônicas como artrite, hipertensão, obesidade, e doenças autoimunes, quando comparados aos familiares. Ainda, segundo este estudo, idosos com comportamento de acumulação parecem menos assistidos pois procuraram com menor frequência os serviços de saúde. Indivíduos com comportamento de acumulação podem estar mais predispostos a outros transtornos mentais como depressão e ansiedade, além do uso de álcool e tabaco. Ainda, há o risco de zoonoses, devido ao seu status imunológico e condições higiênico-sanitárias. Incêndios e desabamento pelo acúmulo de objetos e obstrução de saídas podem ocorrer, com risco de queimaduras, traumas e morte. Além disso, o abandono familiar e isolamento social são frequentes entre estes indivíduos.

Quanto à saúde animal, animais de indivíduos com comportamento de acumulação não recebem cuidados nutricionais, sanitários e veterinários mínimos, com situação favoráveis à circulação e proliferação de patógenos e ectoparasitas, e comprometimento do bem-estar geral dos animais. Podendo apresentar inúmeras doenças e condições clínicas, como infecções do trato respiratório, doenças gastrointestinais, doenças infectocontagiosas, doenças crônicas, diarreia, verminoses, ectoparasitas, desnutrição, entre outras. Além de não desfrutarem de espaço suficiente para desempenharem os comportamentos naturais da espécie, o que pode levar ao stress crônico e prejudicar consideravelmente a qualidade de vida desses animais. Tendo tudo isso em vista as classificando essas situações como maus tratos aos animais.

A saúde ambiental pode ser comprometida pelo acúmulo de objetos, matéria orgânica e superlotação de animais, condições favoráveis à proliferação de fauna sinantrópica, além da poluição visual e sonora pelos latidos contínuos. No caso de um grande número de gatos, esses animais mesmo quando domesticados tendem a expressar seus comportamentos naturais, percorrendo a vizinhança e se afastando cerca de até três quilômetros de suas residências em uma única noite e por serem exímios caçadores devastam a fauna da região, como pássaros, lagartos, anfíbios e pequenos mamíferos que compõem a fauna nativa, além de serem os hospedeiros de inúmeras zoonoses.”

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