Na última semana, uma série de protestos de caminhoneiros se desencadeou por diversos estados do país. O transporte de cargas foi paralisado em alguns trechos, formando filas de caminhões parados nas rodovias.
O protesto de caminhoneiros é contra a alta dos preços dos combustíveis, pedágios e de tributos sobre o transporte. Segundo as entidades representativas, a categoria pede, entre outras medidas, diminuição dos valores do óleo diesel e das tarifas de pedágios, tabela única nacional de preços do frete e prorrogação das parcelas de financiamento de caminhões. Os caminhoneiros reclamam também da jornada de trabalho implantada em setembro passado, que fixou em oito horas diárias e um adicional de duas horas extras.
No início desta semana, as manifestações se intensificaram e chegaram também à região. Na segunda-feira, manifestantes bloquearam parcialmente a rodovia que liga Piên a São Bento do Sul, em Fragosos, na divisa entre Paraná e Santa Catarina, com uma carreta atravessada sobre a pista. A paralisação no local durou três dias. O motorista Benedito André, de Aquidauana, Mato Grosso do Sul, que estava de serviço na região, contou que apoiou a greve e defende maior valorização dos profissionais.
Em todos os bloqueios, os caminhões, independentemente do tipo da carga, são impedidos de continuar trafegando. Aonde a greve persiste é permitida somente a passagem de automóveis, motos e ônibus.
Devido à greve, muitos caminhões que transportavam combustível, alimentos e outros materiais deixaram de chegar ao destino final e descarregar. Por conta disso, em muitas cidades já existe falta de mercadorias. Empresas também tiveram que suspender atividades.
A preocupação pela falta de combustível fez com que o movimento nos postos de combustível aumentasse, com isso, alguns postos registraram a falta de produto para revenda. Em Agudos do Sul, por exemplo, o posto Trevo ficou sem o etanol por alguns dias. “Tivemos prejuízos já que perdemos de vender”, disse o sócio gerente Ray Lader dos Santos.
Na quarta-feira, uma reunião no Ministério dos Transportes envolvendo representantes do governo federal e dos caminhoneiros tratou da pauta de reivindicação. Em algumas cidades a greve foi suspensa, já em outras ainda há paralisações e bloqueios.