A sexta-feira, 25 de janeiro de 2019, parecia um dia como outro qualquer na cidade de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Famílias sentadas em volta da mesa para o almoço, trabalhadores retornando às suas atividades, pessoas andado pelas ruas. O dia parecia comum, mas não foi.
Era por volta das 12h30 quando uma barragem da mineradora Vale se rompeu, levando tudo o que estava pela frente, entre casas, veículos, máquinas, estruturas e vidas, dezenas de vidas. Passadas duas semanas deste trágico episódio, que já contabiliza mais de 150 mortos e muitos desaparecidos, bombeiros e voluntários de várias partes do país auxiliam, de alguma forma ou de outra, nas buscas pelas vítimas.
Natural da cidade de Quitandinha, o condutor e socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Rogério Silveira de Andrade, soube do rompimento pela TV e não hesitou em antecipar as férias para se deslocar até a cidade mineira e auxiliar nos resgates. “Soube do ocorrido e acompanhei a situação. Um amigo meu, Carlos Nataniel de Barros, de Mafra, postou em um grupo de amigos quem estava disposto a ir na missão. Antecipei as férias e nos deslocamos com furgão de treinamento da empresa dele”, conta.
Segundo o socorrista, a saída para Brumadinho aconteceu no sábado após a tragédia, às 7 horas, e a chegada foi por volta das 20 horas. “O cenário encontrado é muito triste, não há como descrever”, conta Andrade, relatando como é a dinâmica de buscas no local. “Nos apresentamos no posto de comando e é passado o tipo de busca. Integramos nas equipes, o ônibus leva até um local e às 16 horas tem um ponto certo para o retorno. Localizados seguimentos de corpos, mandamos coordenadas por GPS ao posto de comando e a aeronave faz o resgate”, explica.
O profissional relata que a destruição causada pelo rompimento da barragem é algo indescritível. “Esta é uma experiência única. Há o desgaste físico e emocional, mas há a união das equipes em fazer o melhor. O pouco que eu puder contribuir estará fazendo a diferença”, finaliza.