Comércio do fruto está liberado desde o dia 1º de abril
Foram liberados no último dia 1º, a venda, o comércio, transporte e armazenamento do pinhão. Segundo a determinação do Instituto Água e Terra (IAT), há exigência que o produto esteja maduro para que possa ocorrer a comercialização. O pinhão deve ser colhido de pinhas que já tenham caído, pois este é um sinal de maturação, o que evita que as pessoas queiram subir em uma araucária.
A Portaria n° 046/2015 do IAT estabelece normas e instruções de comercialização do pinhão, com objetivo conciliar a geração de renda e proteger a produção da Araucária. Segundo o órgão, quando o fruto cai no chão, é uma oportunidade para que os animais ajudem a semear em outros locais, o que garante a reprodução da árvore.
O proprietário da Banca Piá do João, de Mandirituba, Paulo dos Anjos, explica que o pinhão de Mandirituba, Agudos do Sul, Quitandinha e São José dos Pinhais tem uma grande importância para economia local. “Muitas famílias colhem os pinhões e vendem para os comércios locais”, afirma. Segundo ele, além das bancas, as famílias também oferecem os produtos para os mercados e para a Ceasa de Curitiba.
Segundo Paulo, o fruto permite que as famílias tenham uma renda. “Isso ajuda muito na economia dessas pessoas, porque contam com esse dinheiro”, diz. Ele explica que colhia pinhão quando era criança e hoje comercializa o produto, enfatizando que nota que a oferta do pinhão tem diminuído nos últimos anos. “A mudança de clima e o desmatamento faz com que haja uma diminuição da oferta do pinhão”, afirma. Segundo ele, parte do produto oferecido na região já não é mais daqui e sim de outros locais, sendo que a maioria vem da Ceasa.
O empreendedor destaca ainda a importância do fruto para a tradição local. “O pinhão é muito importante para a economia, para a natureza, para a tradição”, diz. Hoje para os empreendedores, o fruto tem custado em torno de R$ 5 a R$ 8. Paulo reforça sobre plantar novos pinheiros e cuidar dos que já existem.
O condomínio onde Sergio Souza, de Fazenda Rio Grande, mora, tem algumas árvores que dão o fruto. Todo ano ele e a filha de 7 anos, Alanna, acordam cedo e vão até o parque de diversão, onde caem as sementes. Neste ano, Sérgio afirmou que se comparado a outros anos, os frutos diminuíram significativamente. “Na última segunda-feira minha filha colheu meia dúzia, vamos ver se na próxima semana começam a cair as pinhas”, disse.
Souza é ciclista e afirmou que em passagem por São José dos Pinhais não notou a presença do pinhão. “Pedalo até São José dos Pinhais com frequência e notei que a produção ainda está fraca”, afirmou.