Ainda sem uma data prevista para o retorno das aulas presenciais, as redes municipais de ensino de toda a região seguem adotando alternativas para dar prosseguimento ao ano letivo sem comprometer o processo de ensino. Com o surgimento da pandemia e a suspensão das atividades presenciais, em meados de março, os órgãos de Educação iniciaram pesquisas e levantamentos para averiguar a melhor forma para atender os alunos, tendo como principal metodologia o ensino remoto.
Desde então, as atividades são realizadas, em sua maioria, de forma online, com grupos por aplicativo de celular. Em uma pesquisa feita pela reportagem, um índice de 90% dos estudantes possui acesso aos meios digitais e à internet para acompanhar as ações das escolas, enquanto o restante dos alunos têm à disposição materiais impressos, que são entregues semanalmente pelas instituições de ensino.
A secretária de Educação de Agudos do Sul, Elaine Rocha Persch Anderle, detalha que no município houve uma consulta para saber o número de alunos que possuíam acesso a internet para estudar a possibilidade da realização de aulas à distância. “Na oportunidade, foi constatado que mais de 80% tinham acesso. Com o tempo, também foi verificado que muitas famílias tinham conexão por meio de dados móveis, o que poderia gerar algum tipo de problema para downloads dos materiais. Houve ainda a ocorrência do temporal que comprometeu a conectividade”, explica.
Segundo Elaine, as equipes vêm desempenhando um trabalho ativo para atender todos os estudantes, sejam aqueles que fazem as atividades online ou aqueles que utilizam conteúdos impressos. “A equipe pedagógica acompanha o retorno por parte dos alunos e faz as ações necessárias para o bom andamento do ensino. Lembrando que a família também tem um papel fundamental neste processo”, avalia.
Em Mandirituba, na avaliação da secretária de Educação, Maraci Nickel, a aplicação dos conteúdos em multiplataformas tem alcançado resultados satisfatórios. “Temos poucos alunos que não têm acesso à internet, mas não utilizamos um único recurso. Utilizamos WhatsApp, TV aberta por meio do Aula Paraná, kits de atividade domiciliares e a entrega de kits de material escolar para que as crianças possam executar os exercícios com eficácia”, detalha.
Maraci elenca ainda as ações da equipe pedagógica para auxiliar também os pais na missão de contribuir com o processo de ensino dos filhos. “Temos o caso de uma família que não tem acesso à internet e a pedagoga combinou um horário com a mãe para fazerem ligação no telefone público, no orelhão, e sanarem as dúvidas existentes. E outra situação é de uma mãe analfabeta, em que a equipe fez um tutorial para auxiliar ela a tirar fotos das atividades feitas pela criança e encaminhar aos profissionais pelo aplicativo. Todos os esforços possíveis estão sendo feitos para atender 100% da nossa rede”, detalha.