A candidatura de mulheres compondo as chapas majoritárias que disputarão as eleições municipais em novembro chega a 14% na região. São apenas 10 mulheres candidatas do total de 68 pedidos encaminhados à Justiça Eleitoral.
Do suleste paranaense, apenas Agudos do Sul, Contenda, Fazenda Rio Grande e Rio Negro contam com mulheres concorrendo ao cargo de prefeito ou de vice. Proporcionalmente, Agudos do Sul é a cidade com maior número de candidatas, com duas mulheres encabeçando a chapa e uma na função de vice. Pela legislação, cada partido deve indicar o mínimo de 30% de mulheres filiadas para concorrer no pleito.
A juíza eleitoral e presidente da Comissão de Mulheres na Política, Adriana Simette, avalia que está sendo observado o cumprimento da meta estatuída na lei. “As vagas destinadas a mulher para concorrer aos cargos públicos estão sendo preenchidas, em especial, nos cargos da proporcional, que são para vereador, dentro daquilo exigido pela lei, ou seja, em torno de 30%. Raramente, encontramos partido em que verifique uma maior posição igualitária entre a participação feminina e masculina. Percebemos que a fixação que a cota de gênero é uma necessidade para evitar que surjam candidaturas que não venham com nomes femininos ou com poucos nomes. Nesse viés, entendemos que a lei de cotas é necessária para que se mude um costume ou posição até então da figura masculina nas candidaturas”, explica.
Segundo Adriana, é perceptível um aumento das candidaturas femininas nas chapas majoritárias principalmente nas grandes cidades. “Em Curitiba, por exemplo, há um número grande de mulheres concorrendo ao cargo de prefeita e nas outras cidades observamos a presença, em regra, como vice, até por uma questão de fundo partidário, porque quando se leva uma mulher para a majoritária consegue trazer mais recursos para aquele partido. Para as majoritárias, vale lembrar, que não há cota”, detalha.
Para a juíza eleitoral, o que ainda falta para que mais mulheres se sintam motivadas a atuarem no meio político é a prática da liderança e o engajamento. “O que falta é o costume, a prática. Não se formam líderes do dia para noite, não se forma participação política do dia para noite. Então, essas candidatas devem ser buscadas lá no começo, seja como líderes comunitárias eventualmente, professoras, pessoas que já tenham uma atuação na comunidade e que, naturalmente, já se apresentem com essa liderança. Por outro lado, se não é dada a oportunidade para participarem dentro do próprio partido, essas mulheres não encontram espaço necessário para que comecem exercer parcela de poder e quando elas precisarem ter a voz para saírem às ruas, pedir voto e apresentar suas propostas e ideias, simplesmente elas ainda não estarão formadas. Por isso, a participação feminina começa muito antes da cota dos 30%”, avalia Adriana, reforçando a importância da presença feminina na política. “A importância da representatividade se dá pelo simples fato inicial de que, independentemente de ser mulher ou homem, é necessária que haja diversidade. É evidente que a visão da mulher em relação a vários temas faz com que seja importante que ela seja representada e esteja representando posses de poder”, finaliza.
Eleições 2016 – Comparando os números do pleito de 2016 e de 2020 no suleste paranaense, a candidatura de mulheres na cabeça de chapa se manteve em quatro, enquanto para vice subiu de três para seis em 2020.