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Em dez anos, cidades contabilizaram 120 óbitos por câncer de cólon

Região teve 120 óbitos por câncer de cólon em dez anos. Arte: O Regional
Região teve 120 óbitos por neoplasia de cólon em dez anos. Arte: O Regional
Doença, que pode ser assintomática na fase inicial, é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre os brasileiros. Número de casos de câncer de intestino alerta para diagnóstico precoce, reforçam médicos

Considerado o terceiro tipo de neoplasia mais comum no Brasil , o câncer de intestino se tornou um assunto em evidência no Brasil após o falecimento de rei do futebol, Pelé, e do ex-jogador Roberto Dinamite, além do recente diagnóstico da doença pela cantora Preta Gil.

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que em todo o Paraná são registrados anualmente mais de 2,5 mil casos desta enfermidade. De acordo com um levantamento feito pela reportagem junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, no período de dez anos, entre 2012 e 2021, foram registrados 120 óbitos por neoplasia de cólon nas dez cidades da região – um dos tipos de cânceres mais comuns.

A médica coloproctologista do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP), Mariane Savio, que atua no tratamento clínico e cirúrgico das doenças do cólon, reto e ânus, explica que o câncer de intestino é um tumor que acontece, na maioria dos casos, no intestino grosso, acometendo o cólon e o reto. “Os principais sintomas do câncer de cólon, que é o mais comum, são dor abdominal, sangramento nas fezes, alguma alteração do hábito intestinal, perda de peso, mas lembrar que o câncer pode manifestar sintomas em uma fase mais avançada, a fase inicial pode ser assintomática. O intestino delgado pode ter tumores e cânceres, mas são entidades raras”, detalha.

De acordo com a profissional, o principal método para o diagnóstico da condição é por meio da colonoscopia. “É um exame endoscópico, no qual a pessoa vai tomar um preparo intestinal para limpar o colón, fazer uma sedação leve e realizar o exame, em que o aparelho é introduzido no intestino grosso para ver todos os segmentos do intestino”, indica Mariane, elencando que a faixa etária mais acometida pela doença é de idosos a partir de 60 anos, mas que pode atingir pessoas mais jovens. “São fatores de risco histórico familiar de câncer de intestino, pacientes obesos, sedentários, tabagismo e, na alimentação, o excesso de carne vermelha e alimentos embutidos e ultraprocessados”, aponta.

Christiano Claus, que é cirurgião do aparelho digestivo do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP), detalha que o câncer de intestino tem uma evolução lenta, que inicia através de lesões percursoras, que são os pólipos intestinais, que podem surgir na parede interna do órgão e evoluir para tumores malignos. “Esses pólipos não dão sintomas e à medida que eles vão avançando, malignizando e crescendo, é que os sintomas podem acontecer. Nosso objetivo é fazer o diagnóstico quando esses pólipos ainda estão na sua base, em que são apenas lesões pré-cancerigenas ou cânceres precoces. Um paciente que tem um câncer de intestino em fase precoce tem chance de cura de 95% a 98% apenas com tratamento cirúrgico, sem precisar de radioterapia ou quimioterapia”, explica.

Segundo Claus, o diagnóstico precoce é fundamental para ampliar as chances de um tratamento bem sucedido. “O câncer de intestino, nas suas fases iniciais, não causa nenhum tipo de sintoma, então se ficarmos esperando o aparecimento dos sintomas para a realização de exames, pode ser tarde, pode ser que a doença tenha evoluído e, nesse momento, o diagnóstico é de uma fase mais avançada e, consequentemente, a chance de cura da doença acaba sendo menor”, alerta.

Quanto à prevenção, a orientação dos profissionais médicos é a busca por uma vida saudável, com prática de atividades físicas, alimentação balanceada e não fumar.

Outra recomendação é a realização frequente de exames preventivos, como a colonoscopia, para o caso de doenças intestinais.

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