Diariamente, órgãos de segurança pública recebem denúncias e solicitações de atendimento de casos de violência contra mulheres. São situações que envolvem agressões física, verbal, psicológica e sexual, e, em atos mais extremos, há vítimas que vão à óbito em decorrência dos ataques.
Com o objetivo de conscientizar a sociedade para o combate a qualquer tipo de agressão contra este público, anualmente, em 25 de novembro, é celebrado o Dia Internacional Para a Não Violência Contra a Mulher. Dados da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), considerando as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs), apontam que nos primeiros seis meses de 2020, foram contabilizadas 12.517 ocorrências de violência contra a mulher na 2ª AISP, que abrange Agudos do Sul, Fazenda Rio Grande, Tijucas do Sul e outras 19 cidades, além de 1.106 registros do mesmo crime na 5ª AISP, na qual fazem parte Campo do Tenente, Contenda, Piên, Lapa, Quitandinha, Rio Negro e outras três cidades. Já nos primeiros seis meses de 2021, foram registradas 11.257 ocorrências na 2ª AISP e 1.193 situações do mesmo crime na 5ª AISP.
A Capitã Ariádene, do 28º Batalhão de Polícia Militar (28ºBPM), com sede na Lapa, elenca quais são as principais formas de violências cometidas contra mulheres. “Na Lei Maria da Penha, são cinco tipos de violência. Temos violência física, que são as agressões e espancamento; a psicológica, que são as ameaças, humilhação e xingamentos; a sexual, que é o estupro, mesmo de mulher casada, na qual ela não é obrigada a ter relações; a patrimonial, quando o homem não a deixa controlar o dinheiro e destrói seus bens; e a moral, que é quando acusa a mulher de traição, faz acusações infundadas e expõe sua vida íntima”, comenta a policial, enfatizando que é necessário um trabalho conjunto, entre as forças policiais e a sociedade, para coibir estes crimes. “Precisamos de um trabalho que toda a sociedade se envolva e que a mulher se conscientize que está em um relacionamento abusivo”, reforça.
Segundo a policial, vários canais estão disponíveis para denúncias e devem ser acionados tanto pelas vítimas quanto pela população. “Se estiver acontecendo naquele momento, é uma urgência, se ele estiver ameaçando ou quer agredi-la, deve ligar no 190. Se a mulher não pode ligar, porque o agressor vai ver, existe o aplicativo 190, para baixar no celular e acionar uma viatura. Outro canal, é a Central de Atendimento à Mulher 180, que funciona 24 hora e é exclusivo para este público. Além desses, há o aplicativo Direitos Humanos Brasil, que permite fazer denúncias, e a página da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. São muitas ferramentas para ajudar as mulheres”, detalha.
A Capitã conta ainda que uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Paraná, Polícia Militar e farmácias do Estado permite que mulheres que estejam em situação de violência possam expor as agressões junto aos estabelecimentos. “Se a mulher aparecer em uma farmácia, está com o marido e não pode falar, mas precisa pedir ajuda, coloca um ‘X’ em vermelho na palma da mão, e os atendentes vão ver que ela é vítima de violência e acionam a polícia”, explica Ariádene, reforçando o suporte dos órgãos de segurança junto ao público feminino. “Estamos sempre à disposição, lembrando para que essas mulheres busquem ajuda. Vocês não estão sozinhas, existe uma rede de apoio, existem outras mulheres que podem te apoiar”, conclui.