A crise por qual passa diversos setores da economia do país afeta também a área agrícola na região. A situação pode se agravar com as dificuldades de acesso ao crédito, já que muitos agricultores dependem de financiamentos para a compra de equipamentos e custeio da safra.
Taxas de empréstimos para itens como tratores e colheitadeiras sob a linha de crédito conhecida como Finame já subiram fortemente e devem quase dobrar até julho frente aos níveis do início de 2015. As vendas nacionais de maquinários agrícolas tiveram queda de 20% no primeiro trimestre deste ano, de acordo com a associação de montadoras Anfavea. Insumos agrícolas como agroquímicos e fertilizantes também estão perdendo força.
Segundo o consultor agrícola Diogo Malinovski, de Piên, o financiamento pode ficar escasso. Ele conta que nos últimos anos o crédito esteve facilitado. “Mas a partir de agora os juros devem subir e voltar ao mesmo patamar de 2009”, acredita ele. Segundo Diogo, além do aumento das taxas, maior rigidez nas documentações também podem dificultar o acesso ao crédito.
Para Augustinho Treméa, do escritório da Emater de Agudos do Sul, é notada uma cautela maior dos agentes financeiros na oferta de recursos para crédito e, diante da situação, podem ser exigidas mais garantias. Os projetos são elaborados, mas a liberação é mais difícil. “O agricultor tem a esperança que no atual Plano Safra, que é ligado ao governo e que vai até junho, os juros continuam iguais até a metade do ano, mas mesmo assim há produtores rurais que estão receosos e procurando não se endividar”, enfatiza.
Em Contenda, as informações do escritório da Emater também dão conta de que os agricultores do município realmente decidiram segurar a preferiram não arriscar. A procura pelo auxílio da Emater na elaboração de projetos de financiamento diminuiu consideravelmente.