Uma das principais causas de morte em todo o mundo, o câncer pode acometer qualquer parte do corpo. No entanto, alguns órgãos podem ser mais afetados pela doença, como é o caso da boca, sendo capaz de atingir lábios, estruturas como gengivas, bochechas, céu da boca, língua e a região embaixo da língua.
Dados obtidos pela reportagem junto à Secretária de Estado da Saúde (Sesa) apontam que em 2019 foram contabilizados seis óbitos relacionados a tumores na cavidade oral, contra 18 no ano anterior, uma queda de 67% no período analisado.
A odontóloga e coordenadora de saúde bucal da Secretaria de Saúde de Piên, Seandra Cordeiro de Oliveira, explica que esta é uma patologia que acomete a cavidade oral e a garganta, e que é imprescindível estar atento ao aparecimento dos sintomas. “Este é o 13º tipo de câncer mais frequente no mundo e os locais mais incidentes são a língua, garganta e embaixo da língua. Os sintomas mais comuns são feridas na boca que demoram mais de 15 dias para cicatrizar, áreas com manchas brancas, regiões dormentes, nódulos no pescoço, dificuldade para engolir, sangramento na garganta e rouquidão repentina”, aponta.
Segundo a profissional, o tabagismo, o uso excessivo de bebidas alcoólicas e a exposição excessiva ao sol sem proteção são fatores de risco para o desenvolvimento da doença. “O câncer bucal pode ser agravado e se desenvolver mais rápido na presença do HPV. O diagnóstico clínico deve ser feito inicialmente por um profissional da área, como um dentista ou médico, e em seguida a confirmação se dá por meio de exames laboratoriais”, pontua Seandra, reforçando as medidas preventivas e a importância do diagnóstico precoce para potencializar as chances de cura. “Hábitos de vida saudáveis, com boa higiene bucal e visitas regulares ao dentista, são boas formas de prevenção à doença. Em Piên, contamos com profissionais qualificados para fazer o diagnóstico e encaminhamento para unidades de referência para o tratamento deste tipo de patologia”, finaliza.
Em Agudos do Sul, o atendimento odontológico prestado pela equipe de saúde bucal do município também busca orientar quanto à incidência do câncer de boca, conforme explica a coordenadora do setor, Thainá Biudes Conforto Costa. “É realizada em todos os pacientes uma busca ativa por lesões bucais com potencial para malignidade, dando ênfase principalmente às regiões de maior acometimento. Através de um exame clínico, caso sejam encontradas lesões potencialmente malignas, os pacientes são diretamente encaminhados para um Serviço de Atenção Terciária, cuja referência regional é o Hospital Erasto Gaertner. Além disso, são realizadas orientações e dadas informações de acordo com a lesão e esclarecidas as dúvidas dos pacientes. Nos eventos de ‘Dia D’, são ofertados folders de conscientização sobre a doença e fatores de risco, além de orientações de como pode ser feito o autoexame, onde através de um passo a passo, o paciente pode aprender como acompanhar e rotineiramente fazer sua inspeção”, conclui.