As mulheres estão ampliando sua participação e liderança junto aos estabelecimentos rurais situados nas cidades do suleste paranaense. É o que apontam os dados disponíveis no Censo Agropecuário 2017, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o levantamento, em todo o Brasil, são 946,1 mil mulheres que trabalham como produtoras, o que representa 19% do total, superando os 13% registrados em 2006. Nos dez município da região, o número representa 1.292 estabelecimentos agropecuários dirigidos por mulheres, uma alta de 10% em comparação às 1.168 contabilizadas no Censo em 2006.
Atuando na agricultura desde a infância, Zenaide Quandt, da localidade de Campina dos Crespins, em Piên, é um dos exemplos de mulheres que estão à frente de atividades no campo. “Comecei a trabalhar na lavoura há mais de 50 anos, ajudando a família no que fosse preciso. Hoje, junto com o esposo e filhos, damos continuidade neste segmento, plantando fumo, milho, feijão e soja”, conta a agricultora, detalhando outros trabalhos realizados na propriedade. “Além da roça, também há criação de porcos e galinhas, e cultivo de plantas para o consumo diário da família”, aponta.
Segundo Zenaide, é notável que, apesar de uma alta no desempenho feminino na agricultura pienenese, a atuação das mulheres agricultura poderia ser ainda mais expressiva, incentivando aquelas que estão neste ramo para que não desistam ou desanimem. “Nunca tive vergonha de ser agricultora e, por isso, desejo a todas as mulheres que trabalham na lavoura muita força nesta jornada e que se mantenham firmes na atividade”, finaliza.
Para o secretário de Agricultura de Quitandinha, Matheus Gavlak, a representação da mulher na agricultura e no agronegócio vem crescendo de forma considerável no município. “Temos dezenas de produtoras que estão diretamente ligadas ao agronegócio, fomentando suas propriedades, buscam conhecimento técnico, tanto da parte da Emater quanto da Secretaria da Agricultura, e sobre novas tecnologias para estarem aprimorando e trazendo esses avanços para suas lavouras. Também temos o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e estamos fazendo todo o apoio técnico para atender a produção de compotas, queijos, vinhos e novas fontes de renda que a mulher do campo vem trazendo para sua propriedade, agregando valores”, pontua.