A saúde é um dos setores em que o poder público investe uma grande fatia dos seus recursos para suprir a extensa demanda de exames, consultas e transporte. Apesar de todo o esforço neste sentido, são registrados vários problemas nesta área, entre eles as extensas filas de espera pelo atendimento e a deficiência de estrutura profissional e física. Este cenário, no entanto, tem alguns fatores em que a própria população acaba corroborando para que aconteça.
Um desses pontos está no grande número de faltas dos pacientes em procedimentos agendados. Em um levantamento realizado junto as Secretarias de Saúde de cinco prefeituras da região, foram contabilizados nos meses de junho e julho 3.351 faltas em consultas, exames e transporte sanitário para centros especializados.
Em Mandirituba, a Secretaria de Saúde registrou neste período 703 faltas somente em consultas médicas agendadas nas unidades do município. “É um desafio enorme para todas as prefeituras disponibilizar uma equipe completa que atenda toda demanda. Em virtude disso, é muito preocupante quando se tem os profissionais e os pacientes, que muitas vezes esperam longo período pelo procedimento, faltam. Salvo de algumas exceções, temos muitas justificativas por motivos fúteis”, lamenta a secretária de Saúde, Gizelly Leal de Camargo, pontuando algumas dificuldades destas ausências. “A fila de espera acaba ficando maior e muitas vezes sobrecarregando pontos de emergência como o hospital. Ainda assim, o mais grave é ainda o quadro clínico do paciente, tendo o acompanhamento médico interrompido”, salienta.
Panorama semelhante vive o município de Quitandinha, onde somente no primeiro semestre foram contabilizadas cerca de 2 mil faltas não justificadas. “Além de tirar a vaga de outra pessoa que também necessita do atendimento, esta falta torna-se um grande prejuízo para o poder público, afinal toda a equipe médica foi colocada à disposição ou mesmo os veículos que chegar a ir com assentos vazios para os grandes centros”, relata a secretária municipal de Administração, Jaqueline Ribas, apresentando maiores detalhes sobre os gastos com a saúde. “No município, investimos por pessoa o valor médio de R$ 49,03, acima do índice estadual de R$ 44,47 e do nacional que é R$ 43,39. Continuamente, realizamos ajustes financeiros para destinar maior recurso para este setor e não deixar a população desassistida. Por isso, é fundamental que se tenha uma maior atenção por parte dos munícipes, afinal é dinheiro público e quando alguém falta, acaba saindo do bolso de todos nós”, ressaltou.
Visando diminuir a incidência destas faltas, as prefeituras solicitam que os pacientes que não possam comparecer aos procedimentos que avisem com antecedência de ao menos 24 horas para que haja o remanejamento de outra pessoa.