O sistema penitenciário de todo o país vive um grande dilema com a superlotação e a falta de vagas. Em decorrência deste fator, os detentos acabam ficando abarrotados nas delegacias de Polícia Civil, mesmo estes espaços não tendo a jurisdição para tal função, além de estrutura física e de efetivo. No Paraná, a situação também está caótica e as delegacias da região estão superlotadas, abrigando em todo o estado cerca de 10 mil presos.
Na cidade da Lapa, a unidade com capacidade para 14 detentos, abriga atualmente 60. Segundo os policiais civis, no espaço estão presos condenados por cometerem os mais diversos tipos de crime e que estão há mais de dois anos aguardando transferência ao sistema prisional. Em virtude deste panorama, até modificações nas celas tiveram que ser realizadas e os detentos têm que dormir no chão.
Com a superlotação, as brigas e os motins entre os presos se tornaram diárias e, nos últimos quatro anos, duas fugas foram registradas, a mais recente em dezembro, quando fugiram 26 detentos. Semanalmente, em média, são realizadas cerca de 7 prisões por flagrantes, além de outras detenções em operações desencadeadas após investigações. De acordo com os policiais, a situação está cada vez mais tensa, tendo em vista que há meses nenhum preso foi encaminhado a penitenciárias, o que aumenta o risco de novas fugas.
Situação preocupante também é registrada em outras delegacias da região. Em Rio Negro, a capacidade é de 24 detentos, no entanto, o local recebe atualmente cerca de 50. Já em Fazenda Rio Grande, a unidade está com dezenas de presos, enquanto que a capacidade máxima é de 16.
Com a demanda de vagas crescendo diariamente, o governo do estado, que está no início da gestão, terá que agir rápido, caso contrário novas rebeliões e fugas serão inevitáveis, estando a população e os policias expostos a grandes riscos.