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março
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2024

Saúde mental também requer cuidados na pandemia, alertam especialistas

Karla enumera alguns pontos comuns diante desta adversidade e que é necessário as pessoas estarem atentas. Foto: DivulgaçãoA constante atualização de notícias relacionadas à pandemia do coronavírus tem alterado a rotina da população em todo o mundo e, consequentemente, contribuído para um período de abalo emocional. Além de todos os cuidados com a saúde física para evitar o contágio da doença, muitos profissionais têm orientado para uma atenção especial em relação ao estado mental.

Para especialistas da área da psicologia, são inúmeras maneiras de minimizar os impactos emocionais ocasionados pelo excesso de informações e também pelo isolamento social, recomendação apontada pela Organização Mundial da Saúde e adotada por grande parte da população.

A psicóloga da Secretaria Municipal de Promoção e Ação Social de Agudos do Sul, Karla Mendes de Souza, explica de que forma o período de pandemia e o isolamento social podem afetar o equilíbrio emocional. “Quando somos obrigados a mudar a rotina e fazer algo novo, geralmente temos a tendência de resistir, e isso é perfeitamente normal em qualquer pessoa. A diferença está em como agimos frente a estas mudanças e a maneira com que enxergamos tudo isso. Voltamos com o exemplo da quarentena, estamos acostumados a trabalhar todos os dias, ir ao supermercado, à igreja, às lojas, entrar e sair de diversos locais e visitar outras cidades e, de repente, somos obrigados a mudar completamente a rotina, ficando dentro de casa, todos os dias, e o pior, sem saber até quando. Esse choque de realidade passa então a incomodar e se tornar bastante pesado para que a consciência possa aceitar, e é aí que podem começar os pensamentos acelerados, preocupações, medo, tristeza e ansiedade. A ideia de isolamento gera transtorno e mais ainda, se nos deparamos com a incerteza de quando terminará”, relata.

De acordo com Karla, alguns sinais servem de alerta para perceber que uma pessoa possa estar psicologicamente abalada diante do cenário atual. “As mudanças de hábito como, por exemplo, sono e a alimentação. Dois exemplos básicos para notarmos como estamos agindo. É importante prestar atenção se está dormindo muito mais que o habitual, passa o dia todo cansado e com sono, ou passa a ter insônia. Assim como a alimentação, se de repente, passa a comer exageradamente, parece estar o tempo todo com fome, ou ao contrário, perde completamente o apetite. Outro exemplo é a perda do interesse por cuidados com higiene, limpeza da casa, e passar a ficar o dia todo deitado. As mudanças repentinas em nossos costumes, devem sempre ser observadas e questionadas por nós mesmos e quando notar que de uma forma ou outra não parece estar bem, procurar sempre ajuda”, alerta.

Helen reforça que as pessoas devem filtrar informações e procurar novas atividades neste período voltado ao isolamento. Foto: Divulgação

Para a psicóloga da prefeitura de Quitandinha, Helen Domingues, neste momento cabe a cada pessoa filtrar as informações, classificando aquelas que irão fazer diferença de maneira positiva. “Nas redes sociais, profissionais de diversas áreas têm oferecido materiais gratuitos para criar sentidos subjetivos em nossa rotina com conteúdo interessante e criativo, que podem nos auxiliar a socializar, mesmo de maneira remota, além de garantir novos aprendizados”, explica a profissional, reforçando a atenção com a mudança de rotina. “De um momento para outro nossa rotina foi quebrada. Então, estar em casa requer o estabelecimento de uma rotina também. Desenvolva uma rotina diária, com horário para acordar, fazer as refeições, fazer a higiene, estudar, assistir TV, jogar videogame, entre outras atividades e a hora de dormir. Não precisamos ser rígidos em relação aos horários, ou seja, forçar a criança a tomar banho às 20 horas em ponto, por exemplo, e sim podemos ser flexíveis dentro de uma hora próxima àquela que ela estava acostumada na rotina que seguia anterior ao isolamento social. Rotina é sinônimo de saúde mental, ela dá previsibilidade, nos proporciona um nível de organização exterior e interior que diminui estresse, medo, insegurança”, pontua.

Ainda conforme Helen, algumas atividades, principalmente voltadas ao público infantil podem ser inseridas à nova rotina. “Para as crianças há jogos, contação de histórias, arteterapia. Para adultos é possível encontrar publicações de professores de musculação, yoga, meditação, artesanato e até videoaulas gratuitas. Instituições de ensino têm aberto cursos online para acesso gratuito em diversas áreas do conhecimento. É um momento de esforço consciente em busca de agregar novos conhecimentos sobre si mesmo e sobre o mundo”, finaliza.

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