Com a adoção de medidas de enfrentamento à Covid-19, um dos principais setores afetados foi a educação. Diante da determinação do isolamento social, as aulas foram suspensas e algumas ações precisaram ser executadas para não comprometer o processo de aprendizagem.
À nível estadual, a implantação da plataforma online Aula Paraná foi adotada para que os alunos acompanhem as aulas por meio de um aplicativo e em canais de TV, enquanto nas redes municipais de ensino, a metodologia foi a utilização de redes sociais e do aplicativo WhatsApp.
Com esta nova didática, muitos profissionais da educação precisaram se reinventar no sistema de ensino, como é o caso da professora Keila Fagundes da Cruz, do Colégio Estadual do Campo Rui Barbosa, de Agudos do Sul. “Posto vídeos explicativos, curtos e objetivos, para melhor compreensão do conteúdo. Indico alguns sites como apoio para realização de atividades, bem como crio os formulários de avaliação, pois uma vez que são criados por mim, não terá a resposta pronta na internet. As dificuldades são muitas, e no caso de nós, mulheres e professoras, temos que dar conta da casa, cuidar dos filhos e realizar o nosso trabalho profissional. E ainda, sabemos que infelizmente não há qualidade nesse processo de ensino-aprendizagem, pois uma boa parte dos alunos não está assistindo as aulas, e outra parcela não tem acesso a esses recursos, somente a atividades impressas, sem ninguém para auxiliá-los”, avalia.
Para Keila, apesar da tecnologia ser a alternativa momentânea, o ensino presencial é de extrema importância. “Acho que tecnologia alguma substitui a presença física do professor. Temos inúmeros desafios em sala de aula, mas nada que se compare à situação que estamos vivenciando”, pondera a professora, reforçando as incertezas do cenário. “Não podemos planejar nada. Na minha opinião, é um ano perdido em termos de aprendizagem. Me sinto inútil em não poder ensinar com qualidade”, conclui.
Outro exemplo é o da pedagoga e professora Luzia Carvalho, do Colégio Estadual Alfredo Greipel Junior, de Piên, que também vê como desafio o ensino a distância. “O processo de conteúdo do ensino a distância (EaD) acontece por meio de vídeo-aulas com explanação da disciplina, exercício explicativos e de fixação do assunto em pauta, seguindo o livro de cada série ou turma”, conta a docente, pontuando alguns impasses. “Local sem acesso à internet, pouco preparo dos pais e alunos com esta nova ferramenta, pouco ou nenhum equipamento nas famílias com grande número de estudantes na mesa casa”, comenta.
Luzia detalha ainda que, mesmo diante da imprevisibilidade do retorno das aulas presenciais, a participação dos estudantes e o suporte aos profissionais até o momento são positivos. “A sala virtual da turma tem um grande entrosamento entre a comunidade escolar, pois cada atividade postada pelo aluno o professor dá um feedback no e-mail fornecido a cada membro, bem como as famílias podem acompanhar a nota ou parecer dos trabalhos. É um momento de atípico, de incertezas, mas como educadores precisamos garantir aos estudantes os conteúdos básicos que necessários que precisarão saber para concluir o ano letivo com sucesso e com conhecimento adquirido’, finaliza.