Pedágio I
A deflagração da 55ª fase da operação Lava Jato atingiu em cheio o Paraná e a corrupção na atuação das concessionárias de pedágio. Há indícios de que existem muitos políticos envolvidos, já que o esquema teve início em 1999, ainda no governo Jaime Lerner. Além dos que já foram presos essa semana, o Ministério Público Federal (MPF) fala no suposto envolvimento de deputados estaduais que fizeram parte da CPI dos Pedágios e de membros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A campanha eleitoral mais atingida com as prisões e escândalos de corrupção é sem dúvida do ex-governador Beto Richa (foto) (PSDB) que tenta uma das vagas para o Senado Federal. Muitos prefeitos e apoiadores simplesmente silenciaram e deixaram de pedir votos para Beto Richa. Além dele, o filho Marcelo Richa, candidato a deputado estadual, também terá dificuldades para se eleger.
Denunciados
Infelizmente, o Paraná tem histórico de eleger políticos com denúncias sérias de corrupção. É o caso, por exemplo, de Nelson Justus (Dem) e Alexandre Curi (PSB), principais alvos do Escândalo dos Diários Secretos. Agora, nessa eleição, Justus e Curi concorrem novamente, e outros denunciados como Valdir Rossoni (PSDB), Ademar Traiano (PSDB), Plauto Miró (Dem) e Tiago Amaral, da Operação Quadro Negro
Governo
Tudo indica que a última semana de propaganda eleitoral no Paraná será com um tom mais elevado. O candidato que está na frente tende a manter o discurso nas propostas e programa de governo, porém, quem está atrás nas pesquisas costumeiramente parte para ataques e ofensivas que possam colar no adversário. Essa última semana será também do debate na Rede Globo, que historicamente atinge o maior número de telespectadores.
O eleitor muda?
O eleitor brasileiro diante de tanta corrupção e tantos políticos envolvidos em desvio de dinheiro vai mudar? Terá uma postura diferente nesta eleição? Ou vai continuar votando em políticos investigados e denunciados? O eleitor vai continuar votando em candidatos que têm apoio de pessoas que em suas cidades praticam atos ilícitos? O eleitor vai continuar vendendo o seu voto? O resultado desse voto é a consequência do que vai acontecer no Brasil, no Paraná e nas nossas cidades nos próximos anos.
Zona de conforto
Embora ainda seja muito tímida, já dá para perceber a participação de algumas pessoas que estão deixando a zona de conforto para sugerir votos em candidatos ficha limpa e com perspectiva de realizar um bom mandato. O que, diga-se de passagem, é fundamental para que tenhamos um melhor debate a respeito. Os jovens, inclusive, deveriam ampliar seu envolvimento. E de nada adianta o discurso bonito no Facebook e depois na hora do voto fazer totalmente diferente.
Agudos do Sul
Um terreno da prefeitura de Agudos do Sul, que havia sido indicado pela atual gestão para construção de casas do programa Família Paranaense, está envolvido em processo judicial. A aquisição da área ocorreu em gestões anteriores. Em uma ação, em face do ex-prefeito Antonio Gonçalves da Luz e do antigo proprietário Ivo Hubel, está sendo alegado o cometimento de improbidade administrativa por falta de procedimentos de desapropriação ou prévia licitação, solicitando a indisponibilidade de bens dos requeridos. A defesa de Antonio da Luz citou que o ex-prefeito ainda não foi intimado, mas que ele se diz tranquilo quanto aos meios legais ocorridos para aquisição do terreno, com intuito futuro de construção de um colégio. Segundo a defesa, a compra ocorreu mediante avaliação e a valor de mercado e a prestação de contas desse período já foi inclusive aprovada. Ivo Hubel não se manifestou.