Uma cena corriqueira nas cidades da região é a presença de cães e gatos, na sua maioria abandonados, perambulando pelas ruas. Além do descaso com os próprios animais, que ficam sem alimentos e sem condições para sobreviverem, há a preocupação quanto aos possíveis ataques às pessoas e a questão de saúde pública.
Com o objetivo de auxiliar nestes casos, fazendo resgates e uma série de atendimentos, inúmeras entidades abraçaram a causa e atuam nos municípios do suleste paranaense. Entre as atividades desempenhadas, estão feiras de adoção, suporte veterinário e castração.
É o caso do grupo de voluntários do Movimento Independente pelos Animais (MIA) que vem atuando há cerca de dois anos e meio em Piên. “Hoje nossa principal atividade é estar lutando contra os maus-tratos e o abandono que têm crescido muito em nossa cidade, além da realização das feirinhas de adoção com os animais que são resgatados”, conta Ketlen Aline Reck, membro da entidade.
De acordo com Ketlen, um dos principais empecilhos para que o MIA possa atuar de forma ainda mais constante está em arrecadar fundos para custear as atividades, as quais são realizadas por meio do voluntariado. “Vivemos de doações tanto em dinheiro como em rações, medicações, casinhas, que infelizmente têm diminuído muito e na maioria das vezes acaba saindo do próprio bolso dos voluntários. Assim como já temos que custear a gasolina para transporte dos animais para as clínicas veterinárias, feirinhas e quando recebemos as denúncias. Outra grande dificuldade é conseguir a ajuda das pessoas para lar temporário. Todos os animais, tanto de resgates de maus tratos como de abandono, são levados direto para clínica veterinária onde passam um longo período em tratamento para a sua recuperação completa para então colocarmos para uma nova adoção. Até serem adotados, precisamos da ajuda com lares temporários, damos todo o suporte necessário”, explica.
Ketlen relata que são realizadas feirinhas seguindo todos os protocolos contra a Covid-19, e muitas pessoas não sabem que as adoções têm um termo para ser seguido. “Antes da adoção vamos conhecer o local onde o animal irá morar, os novos tutores assinam um termo de responsabilidade e mesmo assim continuamos mantendo contato para garantir o bem estar do animal”, detalha a pienense, reforçando o alerta contra os maus-tratos. “Já atendemos mais de 200 animais com o apoio da Polícia Militar de Piên e o Corpo de Bombeiros. Fazemos um apelo à sociedade para que nos ajude a manter a ONG viva, pois, infelizmente, não conseguimos dar conta de todos os pedidos. Precisamos de voluntários, lares temporários e que as pessoas denunciem abandono e maus-tratos”, finaliza.
Outro exemplo é a ONG RioMafra Pelos Animais, que foi idealizada em 2018, por meio de um grupo de amigos do WhatsApp que queria ajudar os animais de rua, como detalha a presidente da entidade, Natali Juliane Grohs Grochoski. “Com auxílio emergencial de castração, com o aumento dos casos e a falta de recursos financeiros, em janeiro deste ano, nos tornamos oficialmente ONG. Nossa ONG nasceu de um sonho de castrar animais para diminuir a população de animais de rua de RioMafra. Nestes quase três anos, já foram castrados, vacinados e destinados à adoção responsável vários bichinhos de rua e também de situações de maus tratos”, conta.
Natali detalha que entre as principais ações desempenhadas pelos membros do grupo estão castração, vacinação e adoção, e com a ajuda da comunidade também são realizados alguns resgates de emergência. “Nossa maior dificuldade no momento é a financeira, pois nossa ONG sobrevive de doações e não recebe nenhum recurso público. A sociedade pode nos ajudar de várias formas, como adotando um resgatado da ONG, assim dá a oportunidade de outra vida sair das ruas. Todos os meses fazemos campanhas com vendas de comida. Temos adesivos, máscaras, chaveiros, camisetas, RG e certidão de nascimento pet”, explica a presidente, reforçando a responsabilidade social nos atendimentos prestados. “Ficamos felizes em poder fazer a diferença na vida de tantos animais que precisam da gente, lembrando que não existem animais de rua e sim animais que foram abandonados nas ruas. Contamos com o apoio de todos para seguir salvando vidas”, conclui.
Como ajudar – Mais detalhes sobre os trabalhos realizados e quais as formas de ajudar a RioMafra Pelos Animais e o Mia podem ser conferidos por meio das páginas no Facebook.