O jornal O Regional chega a sua última edição do ano compartilhando o sentimento de grande expectativa que vive a população brasileira em relação ao novo ano que está prestes a iniciar. O encerramento da atual gestão do governo federal, que viveu todas as turbulências possíveis, é por si só um importante instrumento desta perspectiva de mudança e melhora. Muitas pessoas acreditam que o fim da era Lula, Dilma e Temer será positivo para esse novo momento do país.
O Brasil mergulhou numa crise que trouxe muitas perdas e consequências. Não será fácil recuperar o desempenho econômico e o quase pleno emprego que vivemos primeiro em 2002 e depois em 2014. Hoje somos em torno de 25 milhões de pessoas sem trabalho. Juntam-se a essa triste realidade os escândalos de corrupção, a degradação do atendimento às necessidades básicas como saúde e educação e o aumento desordenado do crime. Em muitas cidades e regiões, o Brasil é uma terra sem lei e sem o mínimo de esperança por dias melhores.
Vivemos uma constante necessidade de repensar e mudar muitas coisas no país. A começar pelo tamanho do estado, ou seja, do poder público, da distribuição de renda e da aplicação da justiça na sua essência, sem manobras ou ideologias.
A eleição de um presidente altamente populista e com posições fortes e combativo não será suficiente para encaminhar o Brasil num novo momento de prosperidade. Será decisiva a participação do Congresso e principalmente da sociedade civil organizada. Para que realmente tenhamos mudanças estruturantes, como é o caso das reformas em questão, será necessário competência, agilidade e trânsito político. Não adianta o presidente querer se não existir a já conhecida convergência entre os poderes. Sem governabilidade, sem sucesso.
Regionalmente falando, comprovamos mais uma vez que as cidades precisam investir nas suas vocações e incentivar o maior número de atividades possíveis. Diversificar, seja na agricultura ou na cidade. Para isso, óbvio, é necessário vontade política, organização e recursos. Quem não entender esse quadro provavelmente não sairá do lugar.
Os recursos vão estar cada vez mais escassos enquanto que as demandas estarão maiores e mais evidenciadas. Na era digital, tudo que é questionável, crítico ou errado, vira notícia e viraliza em questão de segundos. Através da sua rede social, o cidadão está diretamente ligado ao governante A ou B. Ou seja, acabou o intermediário. É por isso que poderíamos acreditar no maior envolvimento dos cidadãos frente suas perspectivas e anseios.
O ano de 2019 poderá ser sim um novo marco na história política e econômica do Brasil. Só que toda mudança demanda de muitos outros fatores. E precisamos saber se todos os envolvidos têm disposição para enfrentar e lutar por um país melhor. O cidadão comum, o estudante, o profissional liberal, o comerciante, o empresário, enfim, todos precisam ser instados a contribuir. E essa participação está nos pequenos e grandes gestos. No pai que não deixa o filho jogar casca de bala na rua e no cidadão que denuncia maus feitos e corrupção. Tudo tem sua validade.
Nós podemos esperar de 2019 justamente aquilo que podemos produzir para ele. O futuro que tantos almejamos está muito mais em nossas mãos, do que de qualquer outro. E, em tempo, não existe milagre. O novo ano será melhor se fizermos dele melhor.