Bancada feminina da Assembleia e representantes do Judiciário debateram dificuldades e possíveis soluções para aumentar representatividade da mulher na política
Integrantes da bancada feminina da Assembleia Legislativa e representantes do poder Judiciário e da sociedade civil estiveram reunidas, na última segunda-feira, para um debate sobre a ampliação da participação de mulheres nas próximas eleições. O encontro discutiu os principais problemas enfrentados pelas mulheres ao participar de um pleito, como a violência político-partidária, a discriminação e a distribuição desigual do fundo partidário
Na oportunidade, eles apresentaram mecanismos para aumentar a representatividade feminina na política e reforçaram a necessidade de um trabalho conjunto entre os poderes e representantes da sociedade para garantir uma disputa igualitária entre os gêneros nas eleições. Entre as ideias discutidas está a criação de materiais informativos contendo os direitos das candidatas, além de interiorizar o debate, levando a discussão para os municípios do interior.
A reunião contou com a participação das deputadas que compõe a bancada feminina, da desembargadora Astrid Maranhão e da presidente da Comissão das Mulheres da Política e dos Espaços de Decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), desembargadora Luciani Tesseroli Maronezi. A magistrada lembrou que a intenção é oferecer a orientação do órgão para aumentar o número de mulheres ocupando cargos eletivos.
A deputada Cristina Silvestri, que organizou o encontro, afirmou que o objetivo é garantir os direitos das mulheres que pretendem se candidatar. “Hoje tivemos esta reunião muito importante, em que a desembargadora Luciani veio nos ouvir e pedir a nossa opinião sobre desafios e de que forma o judiciário poderia nos ajudar. Também contamos com a participação de outras entidades representativas para colaborar com o debate. Como mulheres, estamos nos unindo cada vez mais, pois queremos garantir direitos e a equidade entre os gêneros. Por isso contamos com a ajuda do judiciário. Queremos fazer reuniões regionais para atingir todos os municípios do Paraná. As mulheres precisam conhecer seus direitos, o que pode e o que não pode para ser uma candidata. Muitas vezes, as mulheres entram como candidata em um pleito, mas só depois vão descobrir as dificuldades. Queremos oferecer essa orientação”, exemplificou.
Segundo a desembargadora Luciani Tesseroli Maronezi, o TRE já desenvolve um trabalho neste sentido, com a elaboração de materiais informativos. “Tivemos aqui uma reunião com a Bancada Feminina para efetivar a participação da mulher na política. Nós vamos continuar o nosso trabalho com uma cartilha de incentivo às mulheres ao protagonismo político e nos espaços de decisão. Fizemos esta cartilha no TRE e levamos para as mulheres, para os partidos políticos e outros segmentos da sociedade. Estamos incentivando as mulheres a conhecer de seus direitos. Se não souberem disso, elas nem participam. As mulheres têm de saber que têm direito a se candidatar igualmente como os homens, que têm dinheiro destinado a elas no fundo de participação e no fundo partidário, além de espaço jornalístico na televisão, no rádio. Isso foi uma mudança muito relevante”, comentou.
A líder da bancada feminina da Assembleia, deputada Mabel Canto (PSDB), considerou o debate urgente e necessário. “Sempre nos reunimos com outros poderes e a sociedade civil organizada para levar a temática da mulher na política, destacando a importância de termos mais mulheres ocupando esse espaço de liderança. É importante que tenhamos as mulheres como protagonistas, aumentando a representatividade. Precisamos iniciar esse debate agora. Não dá para deixar para o final, ano que vem já está aí. Estamos a quase um ano das eleições. Nós temos que nos organizar, independentemente da questão partidária. Queremos mais mulheres ocupantes de cargos”, disse.