O acidente envolvendo o ônibus dos estudantes universitários de Piên e Agudos do Sul nesta semana é um dolorido golpe na vida de muitas famílias que acompanham, apoiam e dedicam-se para que o sonho do ensino superior se concretize aos muitos jovens da região. Não é uma tarefa fácil, nem muito segura, pegar a estrada diariamente por cerca de 200 quilômetros. Ainda mais no período noturno.
Não são poucos os que ao longo dos últimos anos já vivenciaram essa rotina, seja para Mafra, São Bento do Sul, Rio Negrinho ou Curitiba. E todos nós sabemos que viajar à noite, independente das condições de estrada e clima, é estar exposto às adversidades. Na tragédia desta semana, a adversidade foi a irresponsabilidade de um motorista que vinha no sentido contrário e invadiu a pista do ônibus dos estudantes.
Naturalmente, há uma comoção quando somos tomados por um fato dessa natureza. O jovem que perdeu a vida no acidente representa uma legião de centenas de outros que passam, já passaram e ainda vão passar por essa rotina. Foi mais que um sonho interrompido. Uma vida, uma promessa, uma alma boa.
Quando vemos pessoas saindo de suas casas para buscarem qualificação e aprendizado, já consideramos o merecimento do destaque. E quando se trata de pessoas como essas, que trabalham duro, que se ausentam das suas famílias, que se empenham para poder chegar e se manter numa faculdade, que enfrentam noites de frio e chuva e longas distâncias é necessário todo o reconhecimento. Por isso reconhecemos todo esse processo e dedicação para se tornar alguém melhor.
Para muitos, por mais sacrifício que seja, o sonho continua.
