O prefeito de Pinhais, Luizão Goulart (PT), venceu uma disputa acirrada pela presidência da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba – Assomec e agora vai conduzir a entidade nos próximos dois anos. O principal desafio é resgatar a credibilidade e funcionalidade da associação.
Ele destaca que temas como saúde, segurança, transporte público e lixo podem ser trabalhados em conjunto. Luizão também ressalta que sua candidatura foi impulsionada pela oportunidade de diálogo com a capital, que vive um novo momento após a eleição de Gustavo Fruet.
A reportagem de O Regional ouviu o novo presidente da Assomec nesta semana.
O Regional – Prefeito Luizão, nos últimos anos muitos prefeitos deixaram de participar das associações de municípios com a justificativa que não tinham resultados. Como mudar isso?
Luizão – Primeiramente é importante frisar que a Assomec vinha causando esta impressão de que não se resolvia nada, principalmente pela ausência efetiva da capital nas tomadas de decisões. E pensar a metropolitana sem Curitiba é praticamente impossível. Acredito que agora isto mudou. O novo prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, vem demonstrando vontade de trabalhar de forma integrada. Esta foi uma das maiores motivações para que eu me candidatasse a presidente da Assomec. Sendo assim, iniciamos um grande debate entre os municípios da metropolitana para apurar sobre os principais problemas que cada prefeito enfrenta e assim projetarmos soluções práticas e eficientes.
O Regional – Quais seriam as principais demandas da região metropolitana na atualidade?
Luizão – Temos vários problemas em comum para enfrentarmos. A saúde é com certeza um dos principais setores que necessita de uma atenção especial. Hoje temos o consórcio metropolitano que já vem apresentando bons resultados, mas precisamos aprimorar e avançar, principalmente no que diz respeito às consultas especializadas, já que hoje dependemos muito de outras esferas e não estamos conseguindo suprir esta demanda com agilidade e qualidade como esperamos. O lixo também é um grande imbróglio. Necessitamos de soluções emergenciais para este tema tão complexo. Já o transporte coletivo é o setor que realmente necessita de integração. Precisamos de maior autonomia para sugerir mudanças no transporte, nossas cidades cresceram muito nos últimos anos e o sistema de transporte metropolitano não acompanhou este crescimento, precisamos de uma maior compreensão por parte de Curitiba, que até o ano passado vinha administrando de costas para a metropolitana. Com a mudança no governo estou bastante otimista.
O Regional – É possível trabalhar ações conjuntas para municípios com realidades tão distintas, como Pinhais e Campo do Tenente, ou Araucária e Piên, por exemplo?
Luizão – É possível sim, acho que podemos encontrar soluções para os nossos problemas de forma conjunta, independente da realidade econômica de cada município. Reconheço que Pinhais possui uma arrecadação consideravelmente maior que Campo do Tenente, por exemplo, mas como conversei com o prefeito Jorginho, sei que eles possuem dificuldades de enfrentar alguns problemas no transporte, no sistema viário, na segurança. Situações parecidas com a nossa realidade. Na minha opinião, se os 29 municípios da Região Metropolitana se unirem para discutir nossas demandas, teremos mais força para viabilizar as soluções que tanto queremos.
O Regional – Qual deve ser o papel da Assomec daqui para frente com os governos estadual e federal?
Luizão – Trabalhar em parceria. É evidente que os municípios precisam do governo estadual e também do governo federal. Independente de cor partidária ou projetos políticos, a prioridade para nós é avançar no que diz respeito às políticas de integração. As eleições já passaram e daqui pra frente o diálogo republicano e objetivo são essenciais. Tenho boas expectativas, pois ultimamente a Assomec ganhou uma super exposição, inclusive, com a participação direta do governo estadual no processo eleitoral da entidade. Espero que esta mesma disposição seja demonstrada pelo Estado na hora de resolvermos nossos problemas.