O meio política está movimentado em Agudos do Sul. A Justiça Eleitoral de Fazenda Rio Grande, à qual Agudos pertence, julgou procedente os pedidos no processo que envolve a chapa da prefeita Luciane Teixeira e do vice Mano Camargo e eles podem ter seus diplomas cassados.
O processo traz como autores o Ministério Público Eleitoral e a coligação derrotada nas eleições e envolve acusação de que a chapa vencedora teria praticado compra de votos por meio de vales combustível no pleito eleitoral de 2016. Houve audiência sobre o caso em abril.
A decisão do Juiz da 144ª Zona Eleitoral, Thiago Bertuol de Oliveira, é pela cassação dos diplomas da prefeita e do vice e, por consequência, dos respectivos mandatos dos investigados, além de declará-los inelegíveis por oito anos e ainda multá-los. Se isso ocorrer, o presidente da câmara assume interinamente e o município pode ter nova eleição. A sentença foi publicada na última quarta-feira e o prazo para recurso vai até a próxima segunda.
A imputação é de que no final de semana da eleição policiais militares apreenderam, em um posto de gasolina da cidade, documentos tidos como vales combustível, sob suspeita de compra de votos. Na investigação, foi apurado ainda o volume de venda de combustíveis naqueles dias.
A chapa é acusada de abuso de poder econômico em campanha. Um trecho do documento de sentença publicado diz ainda que “é triste perceber que mesmo após inúmeros avanços sociais, com a evolução da sociedade brasileira, ainda há quem se digne a vender uma das mais importantes conquistas históricas de nosso povo, que é seu direito de votar”.
A defesa da chapa de Luciane e Mano está entrando com recurso, o qual tem efeito suspensivo. Assim, ela não é afastada do cargo até que haja decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que é onde o caso agora será analisado. Os advogados dizem estar confiantes, na certeza de reverter a decisão. A defesa também cita que não é a primeira vez que Luciane enfrenta esse tipo de situação, que em outra vez o caso era ainda mais complicado, e complementa que, se não obtiver êxito no TRE, recorrerá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Demonstrando tranquilidade, a prefeita disse que continua o trabalho em prol da população. “Já somamos várias conquistas nestes primeiros seis meses. Temos novas inaugurações em vista e os projetos terão continuidade”, enfatizou.
Luciane questiona a acusação de abuso de poder econômico, sendo que fez uma campanha de poucos recursos e era oposição. Citou também que as contas da coligação foram aprovadas. “Fizemos uma campanha limpa, na força e na coragem, e vamos defender nosso mandato, que foi conferido pelo povo. Foi a população que legitimamente nos elegeu e a democracia precisa ser respeitada”, declarou. Disse que respeita a decisão, mas que confia na Justiça, lembrando que o processo tem várias etapas.