sexta-feira, 3
 de 
maio
 de 
2024

Inspirar e expirar, envolver e desenvolver: o caminho para o Litoral (Parte II)

Por Raphael Rolim de Moura

A falsa ideia de que um porto por si só traz desenvolvimento é uma grande falácia que deve ser combatida. Paranaguá é exemplo disso. Um dos municípios mais belos e ricos em cultura e patrimônio natural e histórico precisa servir de exemplo de que sem envolvimento não há o desenvolvimento. O sentimento de descaso é comum na população vizinha ao porto. O simples exercício pulmonar de inspiração e expiração já serve como base para percebermos o quanto a atividade portuária pode ser danosa para uma população. O munícipe não ter o direito de pendurar a sua roupa no varal porque ela sairá mais suja do que entrou na máquina de lavar, ou sofrer distúrbios em sua saúde por odores provenientes de atividades com fertilizantes, não são condições que possam ou devam ser encaradas como normais.

O município que sofre o principal impacto resultado de atividades produtivas como a logística portuária é o que mais necessita do “braço forte” e da “mão amiga” dos entes federativos. Esse debate nos leva a refletir sobre a falsa promessa de desenvolvimento que hoje vemos em Pontal do Paraná, com a iniciativa da construção de um novo porto privado. Os pontalenses devem olhar para o município e discutir “o que é desenvolvimento?”. Que tipo de “progresso” a população espera?

Discuto esse tema com os meus alunos de graduação das disciplinas de Gestão Ambiental em Paranaguá. É preciso despertar na massa estudantil de todo o Litoral a criticidade do debate dos problemas do território da bacia litorânea. Os principais cargos do trade portuário precisam ser ocupados por esses alunos que aqui vivem e compreendem melhor onde moram. E hoje, a maioria das pessoas que trabalham para o Porto de Paranaguá sobem e descem a serra todos os dias.

A população deve entender que o papel do Ministério Público é o de preservar o cumprimento das leis e que o das organizações não governamentais (ONGs) é o de auxiliar e cobrar o poder público na resolução dos problemas. Elas não devem ser responsabilizadas por sucessos ou derrotas deste ou daquele grupo político ou de gestões municipais. Precisamos sair de dentro do problema e analisar o todo. Fazendo isso, conseguiremos unir a sociedade para uma verdadeira força-tarefa de valorização de uma das regiões mais belas e importantes do nosso planeta: nosso Litoral do Paraná.



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