Todos os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao longo das últimas décadas apontam que mais de 70% das empresas fundadas no país fecham as portas em menos de dez anos de atividade. Em média os empreendimentos brasileiros têm idade média de 8,7 anos. Menos de 1% dos empreendimentos tem mais de 70 anos de existência. Ou seja, não é uma tarefa nada fácil empreender e se manter vivo no mundo empresarial no Brasil. Agora imagine empreender numa cidade pequena do interior, com déficit de infraestrutura como energia, malha viária e telefonia, só para enumerar alguns pontos.
Em Piên, que hoje tem seus 13 mil habitantes, qualquer empreendimento pensado na década de 1970 poderia ser considerado um mero sonho, ou até uma utopia. Mas foi justamente nesse passado distante, quando a cidade mais parecia um vilarejo, que surgiu a Famossul. Tratava-se, como conta seu diretor e proprietário, Guido Orlando Greipel, uma proposta de fábrica de madeira maciça para atender a região. O ano exato, 1973, foi o prenuncio de uma obra que se edificou no município e ganhou uma proporção gigantesca.
O negócio cresceu, e foi em todos os sentidos. Produção, comércio, empregos, geração de renda. Entre o final dos anos 90 e início dos anos dois mil a Famossul já tinha se consolidado como uma das maiores empresas da região. E ao fantástico posto de estar entre as cinco maiores exportadoras de móveis do Brasil, chegando a gerar mais de 800 empregos diretos na sua unidade de produção.
É certo afirmar que a história de vida de centenas de famílias tem relação direta com a trajetória da indústria. O bairro que ela está instalada, Trigolândia, chegou a ganhar um conjunto habitacional impulsionado pela presença da empresa. Postos de trabalhos que reuniram pais e filhos.
Completar 50 anos, passando por tantos governos e instabilidades econômicas e políticas, tem realmente um significado expressivo. Mais ainda quando a indústria durante essa história mantém uma permanente relevância para o desenvolvimento social da cidade e dos seus habitantes.
Obviamente que Piên deve muito a Famossul e ao seu diretor, sendo possível dizer ainda que a chegada do maior investimento industrial da cidade, a multinacional Tafisa Brasil, na década de 90, tem relação direta com o entusiasmo e visão de futuro do empresário Guido Greipel.
Há outro registro para ser feito, a Famossul sempre foi além da sua atividade industrial, participou financeiramente da construção do novo hospital do município e manteve por muito tempo um programa social chamado Despertando Estrelas, uma espécie de contra-turno escolar para crianças, jovens e adolescentes, incentivando a formação cidadã.
Ao reconhecermos a história da Famossul, de todos que fizeram e fazem parte da sua vida, quando chega-se aos 50 anos, traduzimos o seu valor e potencial. E, diga-se de passagem, sem que exista qualquer relação comercial entre esse veículo de comunicação e a empresa.
Quando existe uma história, e ela é sinônimo de exemplo e sucesso, necessariamente entendemos a importância que ela seja compartilhada.
Certamente que por trás dessa linda trajetória há muito trabalho, dedicação, competência, profissionalismo e visão de futuro. A Famossul é isso, uma demonstração que um sonho ou um projeto pode ser real e maior do que se imagina, e ainda se tornar uma referência e um símbolo.