Diante de uma pandemia sem precedentes e que tem vitimado milhares de pessoas em todo o mundo, as equipes médicas buscam, a todo custo, se manterem firmes em suas atividades para garantir o suporte necessário aos pacientes. Em reconhecimento a todos estes profissionais que estão na linha de frente no combate à Covid-19, O Regional ouviu histórias de enfermeiros, que tiveram o seu dia comemorado na última terça-feira, 12 de maio.
Exercendo há quatro anos a profissão, a enfermeira Rharad Vitória Rosa Milaroski Santos, de Agudos do Sul, relata que a pandemia pegou todos os profissionais de surpresa. “Todo o sistema de saúde precisou se reestruturar, ampliar a compra de itens de proteção individual e de equipamentos, além de redobrar cuidados”, conta Rharad, detalhando que para muitos servidores da área foi difícil assimilar este cenário em um primeiro momento. “A apreensão está principalmente pela possibilidade de contágio e assim levar o vírus para familiares, em especial as pessoas que estão no grupo de risco. Por isso, muitos funcionários optaram por se isolar da família como medida de prevenção”, conta.
Mesmo com todo este impasse, Rharad destaca que o trabalho em equipe tem sido fundamental neste momento. “A união de todos tem sido um elo muito importante, estamos sempre olhando pelo colega de profissão. Trabalhar na saúde exige muita empatia e amor ao próximo, isso tem se mostrado ainda mais nítido com a pandemia”, relata a profissional, que mantém a confiança por dias melhores. “Precisamos da conscientização e responsabilidade dos munícipes. Vivemos uma situação muito grave e notamos um grande fluxo de pessoas nas ruas. Vamos superar todo este desafio, mas precisamos da colaboração de todos para que a sequela seja a menor possível”, enfatiza.
Em Campo do Tenente, a enfermeira Ana Taiza Ribeiro atua há cinco anos neste segmento e também conta que a pandemia causou uma grande apreensão em todo o sistema. “É um inimigo invisível e que o mundo ainda está buscando conhecer. Assim sendo, toda equipe tem adotado cuidados de educação permanente e capacitações constantes”, detalha. Além do atendimento aos pacientes, a Secretaria de Saúde também disponibilizou um plano de apoio psicológico aos profissionais do setor. “Somos seres humanos, temos nossas limitações e preocupações. Tivemos que nos afastar de quem amamos para preservá-los e tudo isso é muito difícil, mas seguimos com muita união e coragem porque não podemos parar”, detalha.
Com a pandemia, Ana Taiza relata que o fluxo de pessoas que busca atendimento caiu em mais de 50%. “As pessoas ficam com medo de procurar a unidade de saúde, no entanto, todos os serviços essenciais têm sido mantidos”, comenta a enfermeira, solicitando maior cuidado por parte da população. “A prevenção é a melhor solução em todos os casos. Após um início mais rigoroso, vimos que o isolamento tem sido deixado de lado, o que é muito perigoso. Portanto, é preciso que as pessoas evitem sair de casa, encontros em famílias e aglomerações”, orienta.
Com toda a atenção voltada aos profissionais de saúde, a categoria reivindica que pós-pandemia haja uma maior valorização, sendo necessária a criação de um piso salarial nacional, a definição de carga horária semanal e a busca, que deve ser constante, por uma melhor estrutura de trabalho.