A diversificação da produção agrícola é fundamental para que haja rentabilidade no setor e para que se propicie condições para que as famílias se mantenham na área rural. Na região, o cultivo de amora tem sido iniciado e é uma das alternativas que têm grande espaço para expansão.
Na localidade de Letreiro, em Piên, o produtor Aldesio Kurovski iniciou o cultivo da amora preta orgânica em 2017. “Queria apostar em uma nova alternativa, fiz pesquisas na internet e visitei lavouras em Campo Alegre para conhecer mais. Por ser uma cultura que exige pouca área e tem uma boa rentabilidade decidi fazer o investimento”, recorda. Ele conta que inicialmente plantou uma variedade da fruta, mas, em visita ao Iapar da Lapa, conheceu uma nova opção sugerida pela Embrapa e trazida diretamente do Rio Grande do Sul. “A produtividade foi melhor e na última safra obtive cerca de 1,8 quilo por pé”, detalha Aldesio, que conta com 500 pés plantados.
Na parte do manejo da amora, é necessária a limpeza rotineira, amarração dos galhos, irrigação e controle de doenças com o uso de produtos orgânicos. “Durante o inverno é realizado também a poda, sendo que a colheita é iniciada em novembro e se estende até janeiro”, relata Aldesio. Para estocar a amora, o produtor adquiriu uma câmara fria, sendo que a fruta precisa ser congelada para manter a qualidade. “Investi ao todo, cerca de R$ 6 mil e este valor já tive retorno”, comenta, pontuando sobre a experiência obtida com a nova cultura. “Como não tenho assistência técnica, busco realizar visitas e participar de eventos para me inteirar por conta própria da produção. Esta parte é fundamental e impacta diretamente na produtividade”, salienta.
Neste primeiro momento, Aldesio tem comercializado a amora in natura, atendendo a fornecedores e a venda direta à população, sendo que o preço por quilo é de R$ 10,00. “Toda a produção já está vendida. Além disso, realizo de forma artesanal o suco e a geleia”, destaca. O produtor é cooperado da Copasol Sul e espera, através da cooperativa, iniciar o processamento em forma de polpa, geleia e suco. “É necessária toda uma documentação para que possamos revender estes produtos no mercado comum. Esperamos em breve poder dar este importante passo”, concluiu.