Dados são dos municípios de Agudos do Sul, Lapa, Mandirituba, Piên, Quitandinha e Rio Negro. Em 18 de maio foi lembrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
Dados coletados junto aos Conselhos Tutelares e Secretarias de Ação Social da região, mostram que os órgãos fizeram o atendimento de 183 crianças e adolescentes entre os anos de 2020 a 2022. Reportagem alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes reforça a importância de debater o tema.
Na Lapa, de acordo com o Conselho Tutelar, em 2020, foram registrados 10 casos na cidade. Em 2021, esses registros foram de 16 casos e em 2022 o órgão teve o registro de 10 atendimentos.
Em Mandirituba, desde 2020, foram 47 casos. De acordo com o Conselho Tutelar de Piên, foram registrados 7 casos em 2020, 11 em 2021 e neste ano, o órgão prestou atendimento a 3 ocorrências até o mês de maio. Quitandinha tem o registro de 17 casos somente em 2022. Em Rio Negro, nos anos de 2020, 2021 e 2022 há 37 casos registrados.
Em Agudos do Sul, de acordo com os dados do Conselho Tutelar, no ano de 2020, o órgão atendeu 3 casos. No ano de 2021, o número de crianças e adolescentes que sofreram algum tipo de abuso saltou para 19 casos. Em 2022, o órgão tem o registro de 3 casos. De acordo com a conselheira tutelar Eva Tumiski, um suposto abusador foi preso em uma ação da Polícia Militar e da Polícia Civil. “A gente conseguiu colocar esse cidadão atrás das grades. Esse único homem teria praticado crimes contra 10 crianças”, conta.
Segundo a conselheira, um dos maiores obstáculos enfrentados pelo órgão está quando a família ou as pessoas que cercam a criança e o adolescente omitem a informação. “As famílias se calam, preferem não levar os casos a diante”, explica. Eva aponta que com a pandemia os casos cresceram pelo fato das crianças permanecerem mais em casa, na companhia de familiares.
Outro ponto abordado pela conselheira é a importância da escola no monitoramento e cuidado dos menores. “O professor não é somente um educador, ele tem um olhar diferenciado. Eles podem notar mudanças no comportamento das crianças”, afirma. Eva alerta para que toda a sociedade fique atenta ao silêncio dos infantes, aos sentimentos, às demonstrações de sofrimento. A conselheira afirma que os professores são peças chaves, porque conseguem ver e ajudar nos casos de abuso.
Um dos fatos mais chocantes abordados pelo Conselho Tutelar de Agudos do Sul está no apontamento que os maiores casos de abusos ocorrem dentro de casa, com parentes e familiares próximos das crianças e dos adolescentes.
Como denunciar – Para denunciar qualquer caso de violência sexual infantil, é necessário procurar o Conselho Tutelar, delegacias especializadas, autoridades policiais ou ligar para o Disque 100.