Além de grupos de oração, comunidades de Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais auxiliaram no acolhimento de mais de 90 pessoas em Mandirituba. Pedalada foi realizada em memória das vítimas e pediu a paz entre os países
Desde o dia 24 de fevereiro deste ano, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as comunidades da região foram devastadas pelo sentimento de preocupação e tristeza, conforme relata o padre Neomir Doopiat Gasperin, pároco da Paróquia Santíssima Trindade de Colônia Marcelino, de São José dos Pinhais. “Nossas comunidades têm um sentimento de muito carinho e amor para com a Ucrânia, terra mãe de nossos antepassados. No início, achávamos que realmente a Rússia iria atingir seus objetivos de tomar a Ucrânia dentro de dias, mas com o passar dos dias fomos vendo que a resistência ucraniana é grande e forte e conta com o apoio mundial”, relata o padre.
Segundo o pároco Neomir, as comunidades do Brasil e da região se apegaram a Deus. Ele conta que há muitas pessoas rezando pela paz na Ucrânia e pelo fim da guerra. “Rezamos também pela conversão da Rússia. Nas celebrações dominicais os padres sempre motivam as comunidades para não parar de rezar, porque somente podemos contar com a ajuda de Deus. Nós, infelizmente, não podemos fazer muita coisa, não temos o poder de parar com a guerra, mas podemos e devemos mostrar nossa solidariedade e empatia com este povo tão sofrido em sua história”, conta o padre.
Entre as ações promovidas pela comunidade da região está a organização de momentos de orações comunitárias, que foram realizados nas paróquias e igrejas ucranianas. “Também houve momentos de oração em pareceria com a Igreja Católica do Rito Latino, mas o ápice foi o dia 25 de março, data em que o Papa Francisco consagrou a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria. Nós na Matriz Santíssima Trindade de Colônia Marcelino, nos reunimos e após a celebração da Divina Liturgia (Santa Missa) rezamos todos juntos a oração de consagração do Papa Francisco. Foi uma oração longa e profunda”, descreve o pároco Neomir. No final da oração, a comunidade entoou o hino de Nossa Senhora de Fátima e as crianças em sinal de profunda fé semearam flores diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Além da mobilização de oração, a comunidade realizou ações em prol dos refugiados. Foram organizados atos e concentrações populares para manifestação e pressionar as autoridades brasileiras a se unirem com a maioria dos países a se posicionar e condenar a guerra provocada pela Rússia. Além de passeatas, concentrações populares em Curitiba, as comunidades ucranianas de Fazenda
Rio Grande e São José dos Pinhais, em parceria com outros municípios, organizaram uma pedalada pela paz.
O evento da pedalada contou com a participação de aproximadamente 500 ciclistas que manifestaram repúdio à guerra e apoio à Ucrânia. Para a participação, os organizadores pediram a doação de alimentos não perecíveis. A Matriz Santíssima Trindade da Colônia Marcelino serviu um café para os ciclistas e a arrecadação foi enviada para a Cáritas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que irá destinar à Cáritas da Ucrânia.
Como ajudar – No Brasil, foram criados dois comitês de ajuda aos refugiados: a Caritas da CNBB e a Humanitas, que tem como responsável a Representação Central Ucraniana Brasileira. Os interessados podem entrar em contato com esses órgãos para ajudar os ucranianos com doações em dinheiro.
Acolhidos na região – Mais de 100 pessoas foram acolhidas. Uma família foi recebida pela família de Pedro Nogas durante dois dias na Colônia Marcelino. Depois, foi levada para Apucarana, onde uma empresa ofereceu trabalho aos refugiados. Depois da Páscoa, Mandirituba acolheu mais de 90 refugiados, que permaneceram por um período após serem encaminhados pela Igreja Batista a Maringá, Apucarana e Prudentópolis. A Igreja Batista está trazendo alguns fiéis da Ucrânia para o Brasil. Segundo o padre Neomir, a comunidade católica do Passo Amarelo, de Fazenda Rio Grande, fez a coleta de alimentos e levou até o local para ajudar na alimentação dos refugiados. O desejo, segundo o padre Neomir, é que a guerra termine logo e que o povo ucraniano possa viver em paz e em segurança.