Considerado um dos maiores episódios militares brasileiros, Cerco será lembrado com uma série de eventos na Lapa ao longo dos próximos dias
Um dos maiores episódios que marcaram a vida dos lapeanos e a história paranaense, o Cerco da Lapa completa 130 anos. O acontecimento, lembrado por meio da lei 13.570/2017, que instituiu o Dia Nacional do Cerco da Lapa, foi ato militar envolvendo o Exército Brasileiro, a Guarda Nacional, a Polícia Militar do Paraná e voluntários, que ocorreu durante a Revolução Federalista no início de 1894.
O fato envolveu um confronto entre as tropas republicanas, chamadas de pica-paus e os maragatos, grupo contrário ao sistema presidencialista de governo. O episódio chega aos seus 130 anos, marcando a história da cidade da Lapa e também de outras cidades locais.
Davi José Cachimarque Pinto, diretor de Turismo da Lapa, enaltece o marco do Cerco na história da cidade e de toda a região. “O principal marco foi a resistência dos 26 dias, pois o exército maragato achava que passaria pela cidade em poucos dias, e este período de 26 dias foi o tempo necessário para as tropas legalistas se organizaram e depois vencessem a revolução federalista. Esse sentimento de força, resistência que define o povo lapeano”, comenta.
Segundo o diretor, uma extensa programação vai evidenciar a data. “Todos os anos acontecem festividades alusivas ao Cerco da Lapa para fortalecer a importância dele. A União dos Artistas Lapeanos (UAL), sempre faz apresentações teatrais alusivas ao episódio. Para os 130 anos do fato, no dia 3 de fevereiro, na Alameda David Carneiro, teremos passeio motociclístico, apresentação da banda da Polícia Militar e exposição de veículos históricos da PM, festival de talento, exibição do vídeo institucional pelos 50 anos do Museu de Armas e de filme produzido pela Câmara Técnica de Cultura e História da Polícia Militar do Paraná, além do espetáculo ‘Um lugar na história’, pela UAL. No dia 4, seguimos com o festival de talentos, praça de alimentação e apresentação do espetáculo ‘Um lugar na história’, conta.01
A programação segue, de acordo com Pinto, nos dias 7 e 9 de fevereiro. “No dia 7, na praça General Carneiro, acontecem a exposição de veículos históricos da Polícia Militar e apresentação da Banda da Polícia Militar e da 5ª Divisão de Exército, e no dia 9, no Panteon dos Heroes, haverá a solenidade alusiva aos 130 anos do Cerco da Lapa”, complementa.
O prefeito Diego Ribas destaca que a data é de grande significado histórico e convida todos a prestigiarem os atrativos. “Todas as instituições envolvidas preparam as atividades que vão compor a programação. Todos estão convidados a acompanharem os eventos”, diz.
História regional – Cidades como Tijucas do Sul também registram reflexos da revolução em seu território. O vice-prefeito de Tijucas do Sul e professor, Claudemir da Rocha, fala do marco do Cerco da Lapa na história local. “Nosso território, agora denominado Tijucas do Sul, era na época da Revolução Federalista a principal entrada por terra ao Estado do Paraná para quem vinha de Santa Catarina sentido a Curitiba. Era também um ponto estratégico para o governo federal no sentido de combater e interromper a intenção dos maragatos em chegar a destino final. Muitas personalidades locais se destacaram pelos feitos de bravura e fidelidade aos ideais. Embora pouco se fala do município de Tijucas do Sul nos livros e nas histórias da Revolução, é perceptível a importância da nossa cidade para o desfecho final no cerco da Lapa, pelos nove dias de combates neste chão”, conta.
Segundo Rocha, o fato contará com diversas atividades para enaltecer a data e seu valor histórico. “A história pode ser transmitida através de contos de geração em geração, através de fotos e fatos, através de um livro, de um documentário, de um teatro, de um diário ou até mesmo a partir de um objeto encontrado. Neste sentido, realizamos uma parceria com o município da Lapa e isso, culminará com um momento temático a ser implementado no mês de fevereiro de 2024 aqui em Tijucas do Sul”, finaliza.
