Entidades ressaltam a diminuição da entrada de resíduos nas associações
Cooperativas de catadores relatam que caiu o número de materiais recicláveis que chegam aos barracões nas cidades da região. A diminuição dos materiais que dão entrada tem afetado diretamente a renda dos coletores. Por exemplo, o preço médio do papelão era de R$ 0,50, aumentou para R$ 1,30 e hoje está em R$ 0,90.
Outro fator que acarreta na arrecadação destes profissionais é o descarte incorreto do lixo, pois além do material ter a possibilidade de gerar renda, gera novos resíduos que são destinados ao aterro sanitário. Sendo assim, todos os setores devem ser responsabilizados pela correta destinação dos resíduos, seja na rua, casa ou até mesmo no comércio.
A presidente da Associação dos Catadores Comunidade Unida de Fazenda Rio Grande, Maria Joselia Oliveira de Sá, afirma que houve aumento no número de pessoas coletando o material nas ruas da cidade. “Por conta do alto número de desempregados, nós percebemos um aumento notório de pessoas que fazem a coleta de material reciclável”, comenta.
Segundo Maria, a carga horária de trabalho na associação precisou ser reduzida por conta da quantidade de materiais que diminuiu no último ano. A presidente da associação argumenta que o número de coletores se reflete na forma que as pessoas encontram para sobreviver. “Algumas pessoas encontram na coleta de lixo uma maneira de ter renda e assim poder sobreviver”, afirma.
A presidente da associação relata que mesmo com a baixa de materiais que tem recebido, a associação não precisou fechar. “Temos poucas doações. A quantidade diminuiu mais do que a metade,
mas ainda sim continuamos trabalhando”, narra. Maria pede que a população se conscientize e faça a separação correta dos resíduos.
A presidente da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Lapa (Recilapa), Alice Rodrigues Schultz, afirma que na cidade houve um aumento em pessoas que coletam o lixo reciclável. Referente a carga horária dos trabalhadores, houve uma redução por conta da baixa demanda.
Referente ao aumento de coletores, a presidente afirma que o maior responsável por isso, é o alto número de desempregados. Alice afirma que o valor dos materiais faz com os desempregados encontrem na coleta uma maneira de sobrevivência. “O valor comercial dos materiais recicláveis fez com que mais pessoas fossem às ruas para fazer a coleta”, comenta.
A presidente afirma que o descarte incorreto afeta a saúde dos associados por conta dos acidentes com materiais perfurocortantes, como agulhas, lâminas, pinças, seringas e vidros. Também o descarte do lixo orgânico que acaba contaminando materiais que poderiam ser reciclados.