Criação de abelhas e produção de mel vêm ganhando destaque e se tornando complemento de renda na agricultura familiar
A atividade no campo vem, frequentemente, apontando para famílias que buscam novas oportunidades e culturas para fomentar os trabalhos e agregar à renda. A apicultura e a meliponicultura são, hoje, alternativas que vêm ganhando espaço entre os produtores da região, além da atuação do Núcleo dos Apicultores da Região Suleste do Paraná (Napisul), que contempla oito cidades da região metropolitana.
A apicultura consiste na criação de abelhas com ferrão, utilizadas para o lazer ou fins comerciais, como a produção de mel, própolis, geleia real, pólen, cera de abelha, enquanto a meliponicultura é a criação racional de abelhas sem ferrão, também destinadas na produção e comercialização de colméias, mel, pólen, própolis e outros substratos. Em referência e reconhecimento aos produtores que atuam com as abelhas, neste domingo é celebrado o dia do apicultor.
Além dos atrativos do turismo rural, Alfeu de Souza exerce a apicultura como uma atividade para fomentar o trabalho desenvolvido no Sítio Santo Antonio, na localidade do Lençol, em Rio Negro. “Desde pequeno, sempre tive o interesse pelas abelhas. Hoje, em nossa propriedade, são 20 colmeias, produzindo, em média, 250 quilos de mel por ano, utilizado tanto para o consumo próprio como para comercialização”, conta Souza que, ao lado da esposa Rita Valério, busca inovar na atividade visando a preservação das abelhas. “Sempre buscamos alternativas para alimentar e conservar as abelhas, com o uso das flores da uva Japão e a nêspera, conhecida como ameixa amarela”, detalha.
Ainda conforme o produtor, um dos empecilhos que atualmente prejudicam a produtividade do mel está no desmatamento. “Diante disso, deve-se incentivar o plantio de árvores e flores que dão fora da época da florada silvestre para fortalecer o trabalho das abelhas”, comenta Souza, salientando que, além dos benefícios que o consumo do mel proporciona, cuidar das colmeias é algo prazeroso. “Diariamente consumo mel e cuidar das abelhas é algo que me faz bem”, complementa.
O secretário de Agricultura de Tijucas do Sul, Antonio Arinaldo Rocha, e o técnico em Agropecuária Fabiano da Cruz Melo, relatam que o município vem, anualmente, expandido a produtividade do mel e buscando aprimorar a cultura junto aos munícipes. “Calculamos cerca de 30 produtores que atuam neste ramo. É algo que tem se mostrado rentável e buscamos oferecer cursos, como a criação da abelha sem ferrão, para auxiliar os produtores interessados nesta área. Além disso, estamos iniciando o projeto para a implantação do Selo de Inspeção Municipal, o SIM, que vai oportunizar a expansão dos negócios”, comentam.
O município de Piên também está abrindo o espaço para as atividade e, nesta semana, em uma parceria entre a Secretaria Municipal de Agricultura e o Senar, o instrutor Cesar Ronconi de Oliveira esteve na cidade para ministrar a palestra sobre meliponicultura a um grupo de 10 participantes. De acordo com o profissional, este ramo tem despertado nos últimos anos um interesse de pesquisadores, agricultores, que buscam uma oportunidade aumentar a renda. “O grande foco do curso é chamar a atenção para a preservação. Pelos desmatamentos, a degradação na natureza, deixam o cenário das abelhas cada vez pior”, explica o instrutor do Senar, apontando, que o mel produzido pelas abelhas ajudam em diversos fatores. “O mel ajuda a prevenir gripes, resfriados e auxilia no sistema imunológico”, finaliza.
VBP 2020 – Dados do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria do Estado de Agricultura e Abastecimento, apontam que em 2020, período mais recente, o mel foi responsável por R$ 1,8 milhão do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). Entre os municípios em destaque no levantamento, estão Lapa (R$ 407,740,00), Quitandinha (R$ 375.550,00) e Tijucas do Sul (R$ 321.900,00).