domingo, 24
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novembro
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2024

Ambientalistas, uni-vos!

Na década de 70 na Austrália, um grupo de ambientalistas chamado United Tasmania Group mobilizou a sociedade para evitar o transbordamento de um lago (Lake Pedder). Houve protestos durante e após a construção das barragens que foram utilizadas para a geração de energia elétrica. Estávamos presenciando o nascimento do movimento ambientalista com atuação política que se espalhou pelo mundo e levou o nome de “Os Verdes”. Esta década foi marcada pelo início das discussões ambientais pelo mundo afora incluindo a primeira grande reunião de líderes mundiais sobre o tema que foi a Conferência de Estocolmo, realizada na Suécia em 1972.

Da Oceania, os Verdes espalharam-se pela Europa, tendo hoje grande expressão no Parlamento Europeu, e chegaram ao Brasil somente em 1986. O Partido Verde foi fundado no Teatro Clara Nunes (RJ) por artistas, intelectuais, ativistas, ecologistas e posiciona-se como um grupo político que “não se aprisiona na estreita polarização esquerda versus direita. Situa‐se à frente. Está aberto ao diálogo como todas as demais forças políticas com o objetivo de levar à prática as propostas e programas verdes”, como diz o seu próprio Programa Partidário.

Esta valorização da discussão ambiental ganhou mais força com as últimas eleições do Parlamento Europeu. Na Alemanha, os Verdes são agora a segunda maior força partidária assim como na França e na Finlândia. Em Portugal, Irlanda e na Holanda também houve avanços significativos do grupo. Sob as bandeiras da ação climática, liberdades civis e justiça social os europeus entenderam que esta onda Verde chegou para, além de proteger o meio ambiente, promover a integração do continente. Em uma sociedade em que a polarização entre esquerda e direita havia ganhado força os Verdes posicionaram-se de maneira a mostrar aos eleitores que o meio ambiente está realmente a frente de qualquer dicotomia ideológica. Basta esperar e torcer para que esta onda verde vire um tsunami e contagie o Brasil que tanto carece amadurecer em suas discussões entre vermelhos ou azuis.

Por: Raphael Rolim de Moura – Biólogo, Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Professor universitário e atualmente ocupa Diretoria na Comec

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