Ao todo, 140 famílias de agricultores são responsáveis pela merenda escolar de estudantes dos municípios
Agricultores das cidades da região são os principais responsáveis pelo fornecimento da merenda escolar em escolas locais. Além da alimentação de qualidade, essa parceria entre os municípios gera novos empregos e renda para os moradores do suleste paranaense.
Um levantamento feito pela reportagem mostra que 5 agricultores fornecem alimentos para Agudos do Sul; 13 para Campo do Tenente; 7 para Contenda; 46 para Lapa; 11 para Mandirituba; 17 para Piên; 21 para Quitandinha e 20 para Rio Negro. A alimentação escolar é um programa de segurança alimentar e nutricional e desde o ano de 2009 o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) determina que 30% dos recursos destinados aos municípios sejam usados para a aquisição de produtos da agricultura familiar, com regulamentação na Lei nº 11.947 de 2009.
Segundo a nutricionista da prefeitura de Contenda, Mayara Komine, essa determinação proporcionou à alimentação escolar, a possibilidade de fornecimento de alimentos mais saudáveis aos alunos, alimentos regionais que respeitam a cultura do público atendido e que chegam frescos às escolas, visto que os produtores entregam diretamente nas unidades escolares. “A aquisição de alimentos produzidos no âmbito local fortalece a agricultura familiar, garantindo renda e desenvolvimento aos produtores locais”, afirma. Segundo a profissional, em Contenda, 70% dos recursos em alimentos são utilizados, e a lei estabelece 30%.
O engenheiro agrônomo Ruy Alberto de Freitas Frankenberger, de Agudos do Sul, conta que há em média 15 produtores do Taboão e região que fornecem alimentos como repolho, feijão, abobrinha, brócolis e alface. “A gama de produtos é bem grande. Esse fornecimento dos alimentos dos agricultores para as instituições permite que os estudantes de escolas da região tenham acesso aos insumos frescos”, afirma.
O engenheiro reforça a rapidez na entrega dos alimentos, que saem das plantações e logo chegam às escolas. “É possível fazer a colheita dos alimentos e em duas horas, as hortaliças já chegam às instituições de ensino”, explica Frankenberger. Além da qualidade, o preço também faz com que essa relação de consumo se mantenha aquecida. “O produtor fica animado, porque ele consegue plantar mais”, afirma.
Os produtores Bruno Fernandes de Lima e Suelen de Lima, que fornecem alimentos para escolas de Agudos do Sul, são exemplos de pessoas beneficiadas com esse abastecimento. “É uma das melhores coisas que têm, pois temos uma venda garantida. Antigamente eu plantava e não tinha uma venda certa”, explica. Ao colher os alimentos, há um destino certo, escolas da região, realidade diferente de anos atrás.
Bruno explica que antes desse fornecimento para as escolas, era feita a coleta dos alimentos sem saber se de fato seria possível realizar a venda. “Antigamente levávamos os alimentos para a Ceasa e não saberíamos se íamos vender”, conta.