Volta e meia alguns temas ambientais polêmicos reaparecem na sociedade. Em 2019, alguns deputados e senadores paranaenses ressuscitaram a discussão sobre a abertura da Estrada do Colono. O Parque Nacional do Iguaçu foi criado em 1939 e a Estrada do Colono foi aberta em 1954. Esta estrada foi aberta inicialmente como uma picada na mata e não foi realizada com autorização dos órgãos de controle ambiental além de ter sido fechada diversas vezes pelo poder judiciário com base em estudos técnicos.
Considerando a manifestação da Superintendência da Polícia Federal do Paraná (Ofício 875/12 GAB de 12 de maio de 2012) aonde lemos que esta estrada era “largamente utilizada por criminosos como caminho para transportar mercadorias ilícitas, armas, munições e drogas, além de facilitar a prática de crimes ambientais” e que a reabertura “seria mais um complicador no que se refere ao controle de nossas fronteiras” já vemos o tamanho do problema não só ambiental mas também de segurança pública.
Levando em conta também a manifestação do Ministério Público Federal que em vistoria recente ao local verificou “dificuldade de localizar a área da antiga estrada, devido ao completo estado de regeneração da floresta” e que “da antiga estrada resta apenas uma ‘cicatriz’ em meio à floresta” afirmando também que a abertura da Estrada provocaria gravíssimos danos ambientais conseguimos ampliar o nosso grau de preocupação com este tema.
Esta abertura causaria desmatamento de 20 hectares em um parque que abrange uma porção significativa da Mata Atlântica constituindo-se como um dos últimos remanescentes do bioma no país abrigando um exuberante conjunto de cataratas, as Cataratas do Iguaçu, considerado uma das Sete Maravilhas da Natureza e Patrimônio Mundial da Humanidade, pela Unesco. Devemos então nos posicionar contrários à toda e qualquer ação referente à reabertura da Estrada do Colono ou que traga risco à Conservação e Preservação da Biodiversidade de nosso estado. Cuidar da vida é da nossa natureza!
Por: Raphael Rolim de Moura – Biólogo, Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Professor universitário e atualmente ocupa Diretoria na Comec