A produção industrial do Paraná apresentou um crescimento de 3,4% entre setembro e outubro deste ano, o maior resultado entre os 15 locais analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no país pelo segundo mês consecutivo – entre agosto e setembro o desempenho foi de 7,7%. O índice estadual também está acima da média nacional nesse recorte, de 1,1%.
Divulgado na última quarta-feira, o estudo sinaliza que a indústria paranaense registrou crescimento em seis meses consecutivos depois de quedas de março e abril, período em que o setor sentiu de maneira mais severa os impactos da pandemia. Conforme os dados, a produção industrial do Paraná cresceu 20,7% em maio; 4,9% em junho; 2,8% em julho; 4,2% em agosto; 7,7% em setembro; e 3,4% em outubro.
Neste período, os ganhos acumulados foram de 51,5%, diminuindo as perdas acumuladas do ano e estimulando a geração de empregos e as atividades correlatas de comércio e serviços. Na avaliação do IBGE, esse crescimento é fruto do setor ampliado de máquinas e equipamentos, que tem bases sólidas na indústria do Estado.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou os resultados obtidos. “A indústria paranaense é muito forte e é um dos motores da retomada econômica por conta de sua diversidade e presença tanto na capital como no interior”, afirmou o governador. “A produção começa a reviver os patamares alcançados no período de normalidade de 2019, ano em que atingimos o maior resultado do país. É uma amostra do trabalho de todos os paranaenses”, avaliou.
Variação – A indústria do Paraná apresentou crescimento de 4,9% na variação entre outubro de 2019 e outubro de 2020, sexto melhor resultado do país e muito acima da média nacional, que fechou em 0,3%. O indicador cresceu pelo segundo mês consecutivo e mostra que o setor evoluiu mesmo em um ano marcado por um terremoto na economia. Entre os segmentos com melhor desempenho em outubro estão a fabricação de produtos de metal (30,6%), produtos de borracha e material plástico (26,9%), produtos de madeira (24,1%), produtos de minerais não-metálicos (21,9%), bebidas (20,5%), móveis (18,1%), alimentos (14,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11,1%). O Estado teve ainda alta de 5,1% na média móvel trimestral encerrada em outubro, maior índice do País. O Brasil apontou evolução de 2,4% nesse recorte.
Acumulado – O acumulado do ano ainda está negativo em -6%, mas já recuperou parte das perdas em relação ao ano passado – em maio essa diferença era de -8,9%. O resultado sofre impacto das baixas de dez meses na indústria de máquinas e equipamentos (-28,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-38,4%), que são reflexos de investimentos mais robustos que ficaram em stand-by neste ano. Apesar da queda acumulada, há segmentos em alta, como alimentos (9,4%), produtos de metal (7,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,6%) e bebidas (3%). O primeiro setor registrou indicadores positivos em todos os meses do ano, com destaque para setembro (17,4%), e ajudou o Estado a bater novos recordes de produção nas cadeias de e de exportação pelo Porto de Paranaguá. Neste indicador, que engloba a capacidade produtiva em dez meses de 2020 frente ao mesmo período do ano anterior, 11 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE tiveram indicadores negativos. O índice nacional é de -6,3% e no acumulado dos últimos 12 meses as perdas no Paraná foram de 5,2%, enquanto a média nacional foi de -5,6%.
Nacional – Na série com ajuste sazonal, a produção teve crescimento oito dos 15 locais pesquisados entre setembro e outubro. Quatro das altas foram acima da média nacional de 1,1%: Paraná (3,4%), Pernambuco (2,9%), Santa Catarina (2,8%) e Região Nordeste (1,7%). Frente a outubro do ano passado, a produção industrial aumentou 0,3% no mesmo mês em 2020, com nove dos 15 locais pesquisados indicando resultados positivos. Santa Catarina (7,6%), Pernambuco (7,2%), Ceará (6,1%), Amazonas (5,2%), Pará (4,9%) e Paraná (4,8%) impulsionaram os maiores aumentos.