Quando um ser vivo é acometido por uma doença ele passa a desenvolver alguns sinais e sintomas que indicam que algo está fora da normalidade no organismo. Sinais são tudo aquilo que podem ser percebidos por outras pessoas sem o relato do paciente. Já os sintomas são queixas que apenas o paciente pode relatar. Como exemplo de sinal podemos citar a icterícia que é caracterizada pela coloração amarelada na pele ou mucosas das pessoas. Ela pode ser sinal de algum problema no fígado, pâncreas ou vesícula biliar. Como sintomas podemos citar as dores de cabeça, cansaço, coceira e mal estar.
Seguindo esta linha comparativa dos sinais e sintomas façamos um paralelo com o nosso planeta. Os rios estão poluídos e sem vida. Tornaram-se canais de esgoto que a maioria das grandes cidades não conseguem ter a competência de obrigar as concessionárias a universalização do serviço de saneamento. As florestas são derrubadas sem a reflexão dos impactos no ciclo da água e no habitat de seres que em contato com os humanos podem transmitir doenças, vide coronavírus. A poluição atmosférica hoje é a causa de muitas doenças respiratórias. O aquecimento global tem ligação direta com as atividades do homem na Terra. Mesmo sendo um processo natural, nós estamos conseguindo acelerar este processo.
Em dois parágrafos já pudemos ver como os valores estão invertidos. Somos nós, Homo sapiens sapiens (sábios duas vezes!), que fazemos mal ao planeta. Nós despejamos esgoto nos rios, cortamos as florestas, matamos os animais (muitas vezes por mero prazer), produzimos gases que afetam a nossa qualidade de vida. Somos suicidas das gerações futuras. Toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto afirma a Terceira Lei de Newton que aprendemos nas cadeiras escolares. As nossas ações cada vez mais produzirão reações do meio ambiente no sentido oposto às nossas vidas. Precisamos mudar o nosso relacionamento com a Terra, nossa única casa.
Por: Raphael Rolim de Moura – Biólogo, Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Professor universitário e atualmente ocupa Diretoria na Comec