Um dado alarmante e que causa preocupação entre pais e profissionais da área da saúde. A cada ano, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil surgem no país, sendo a primeira causa de morte entre crianças e adolescentes, entre 0 a 19 anos, no Brasil.
Para reforçar a importância do diagnóstico precoce para salvar vidas, foi celebrado no último sábado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, com ações de conscientização em órgãos e instituições de saúde.
Segundo a oncologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, referência no tratamento oncológico em crianças e adolescentes no país, Ana Paula Kuczynski Pedro Bom, alguns dos tipos de cânceres mais comuns na infância são leucemias agudas, tumores de sistema nervoso central e linfomas. “Os sintomas dependem muito de cada tipo de câncer, mas sempre ficar alerta e procurar atendimento médico nas situações de perda de peso, febre prolongada, dor nas pernas ou em algum local específico do corpo que só pioram e que não melhoram com analgésicos comuns, ínguas no corpo, palidez, cansaço, manchas roxas no corpo, sangramentos, alterações visuais e do equilíbrio, diminuição da força muscular, sonolência, dor abdominal, dificuldade para urinar e evacuar, tumorações no abdominal e em outros locais, e tosse prolongada evoluindo para falta de ar”, explica.
Ainda conforme a médica, entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença estão síndromes genéticas, por exemplo, síndrome de down, com 20 vezes maior chance de desenvolver leucemias, e neurofibromatose, tendo risco aumentado para tumores cerebrais, leucemias, linfomas. “Infelizmente, não existe nenhum trabalho científico comprovando como prevenir o câncer infantil, entretanto uma alimentação saudável, evitando guloseimas, açúcar, refrigerantes, embutidos; a prática constante de atividades físicas previnem muitas doenças e talvez o câncer no presente e no futuro”, detalha a profissional, apontando o diagnóstico precoce para as chances de cura e o trabalho para amenizar o impacto do câncer causado em uma criança. “Também depende muito do tipo do câncer, mas no geral cerca de 75% ficam curados. A orientação é acalmar a criança, conversando, explicando de uma maneira lúdica o tratamento, acolher bem toda a família, procurar acalmar a todos, explicando o tratamento e as boas chances de cura. Para os médicos, desde pediatras, clínicos, médicos da estratégia de família, acreditem nos sintomas das crianças; valorizar as queixas dos pais, realizar exame físico minucioso e completo. Na dúvida, encaminhar o paciente para centros especializados de atendimento às crianças”, finaliza.
De acordo com a enfermeira e coordenadora da atenção básica de Quitandinha, Edinailda Cruz Silva de Carvalho, o município realiza todo o trabalho de acompanhamento e auxílio às crianças que passam pelo tratamento contra o câncer. “Há o atendimento com visitas domiciliares, acompanhamento da dieta e das necessidades do paciente, além do acolhimento da família”, explica Edinailda, reforçando que o apoio tanto da criança quanto da família é essencial durante a luta contra a doença. “É preciso manter o conhecimento técnico e um olhar mais humano para estes casos. Conversar e fazer o atendimento de psicologia necessário é importante para amparar a família e o paciente”, conclui.