Em um tempo aonde o nosso país insiste em polarizar todas as nossas discussões políticas trago nesta coluna uma reflexão do momento em que vivemos. Primeiro, por experiência própria, posso afirmar que não existe governo que tenha errado em todas as suas ações. Tenho estudado algumas gestões federais, estaduais e municipais e, independente de corrente ideológica, todas trouxeram contribuições para a população. Logicamente que umas mais e outras menos. Gestões progressistas tendem a trazer mais benefícios socioeconômicos enquanto as conservadoras trabalham, em boa parte das vezes, com olhar para o mercado financeiro.
Quando começamos a participar da política temos a tendência de achar que estamos em um clássico futebolístico AthleTiba. A luta dos bons contra os maus só existe no período eleitoral. Quando somos convidados a participar de um governo percebemos muitas vezes que aqueles que taxávamos como “maus” (eram nossos adversários nas eleições) são mantidos em seus cargos por competência técnica ou até mesmo política. Alguns que trabalharam para candidatos adversários, algumas vezes, até melhoram de posição. Devemos então ter a maturidade de entender que a democracia se faz de acordos que garantem governabilidade aos eleitos.
Aí vocês me perguntam: Aonde você quer chegar com esta linha de raciocínio? Espero contribuir para o entendimento de que esta guerra que alguns partidos nos fazem acreditar faz parte de um jogo que tem feito muito mal ao Brasil. Temos que partir para uma “Revolução Silenciosa”. Devemos nos tornar revolucionários a ponto de fazermos o nosso trabalho com ética e dedicação à coisa pública independente de qual governo for. Temos que inverter esta bipolaridade política atual do “nós contra eles” e entender que precisamos aumentar a ação das pessoas dedicadas que fazem do serviço público um ato de dedicação para a melhoria da vida das pessoas. Muitas vezes fazer o correto sempre, independente se estão ou não lhe vendo, também é um ato revolucionário. Mãos limpas e coração tranquilo… Sigamos sempre em frente!
Por: Raphael Rolim de Moura – Biólogo, Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Professor universitário e atualmente ocupa Diretoria na Comec