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2024

A lei é para todos?

O dia 11 de setembro, já marcado na história mundial por conta do ataque terrorista às Torres Gêmeas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 2001, agora também entra para os anais da vida política e pública do Paraná. Foi na última terça-feira que o ex-governador do estado, Beto Richa, sua esposa, Fernanda Richa, seu irmão, Pepe Richa, e seus principais assessores foram presos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR). No total, foram 15 mandados de prisão preventiva e 26 mandados de busca e apreensão, entre elas do empresário Joel Malucelli, do grupo Malucelli e dono das rádios CBN, Band News e da Rede Bandeirantes em Curitiba.

Beto Richa, o núcleo forte do seu governo e os empresários e servidores envolvidos são investigados sobre o programa Patrulha do Campo, que tinha como objetivo a manutenção das estradas rurais. De acordo com a denúncia, apura-se o pagamento de propina a agentes públicos, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Após as prisões, diversos áudios foram divulgados pelo Gaeco onde fica comprovado as negociações feitas para se obter vantagem particular e política através do dinheiro público.

Como era de se esperar, e também de costume em casos dessa natureza, os acusados e seus advogados falam em inocência e confiam na Justiça. Através da assessoria do PSDB, o ex-governador Beto Richa disse que ele e sua família estão sofrendo muito com o julgamento antecipado e, que no devido tempo, a verdade vai se impor.

A questão é que as acusações contra Beto Richa, seus principais assessores e amigos empresários não ficam apenas no caso da Patrulha no Campo. Nos últimos anos já são inúmeras as suspeitas e denúncias envolvendo seus nomes, entre as quais as operações denominadas de Quadro Negro, Publicano, Integração, entre outras.

O Ministério Público, inclusive, afirmou nesta semana que Beto Richa é chefe de uma organização criminosa que fraudou R$ 70 milhões dos cofres públicos. A ex-primeira-dama Fernanda Richa é apontada como auxiliar do marido na lavagem do dinheiro desviado, por meio da compra de imóveis no nome de empresas da família.

Embora tanto fosse dito a respeito do envolvimento do ex-governador e agora candidato ao senado do Paraná, muitos não acreditavam que qualquer ação da polícia, MP e da Justiça em geral chegasse até ele. Uma constante invocação da indagação que longamente perpetua-se no país e especialmente no meio político e dos grandes detentores de recursos e poder: a lei é para todos?

Nos últimos anos, graças especialmente a Operação Lava Jato, e muitas atuações do Ministério Público e dos grupos de combate ao crime organizado, o Brasil começa a imaginar que a lei pode ser para todos. Ainda falta muito para que esse “imaginar” passe a ser um “acreditar”. Existem muitos casos onde a lei falha e é morosa demais. Nesta semana, inclusive, na cidade de Piên, um grande outdoor cobra que a lei e a justiça seja feita no caso dos assassinatos do prefeito eleito Loir Dreveck e do técnico de segurança Genésio de Almeida.

Beto Richa, que já foi considerado um expoente da política brasileira, o menino de ouro do PSDB, está preso. Grandes empresários brasileiros e políticos do mais alto escalão, como o ex-presidente Lula e o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, também pagam pelos seus crimes e desvio de conduta. E que assim seja, quando a prova existir, a lei se cumpra. A impunidade é um câncer da sociedade.

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