Milhares de famílias de Mandirituba tiram o seu sustento da atividade agrícola, tanto que 75% do território do município é voltado à área rural. Em 2012, após a crise que atingiu em cheio a criação de frangos e deixou muitas pessoas endividadas, a diversificação da produção se tornou ainda mais necessária, diríamos até obrigatória.
Uma das alternativas que surgiu ainda em 2005, aproveitando a estrutura dos aviários desativados, foi o cultivo do morango. Em parceria com a Emater, a produção foi iniciada após a realização de visitas em outros estados em busca de conhecimento sobre a produtividade. Paralelamente, foram efetivados palestras e treinamentos, além da busca de recursos para preparar os espaços necessários.
Após um começo tímido, a produção foi gradativamente aumentando e atualmente são mais de 60 produtores que se dedicam a esta atividade, entregando semanalmente mais de 80 toneladas de morango para comércios na região e em grandes redes de supermercado do estado. Entre os pontos positivos desta cultura, está o custo relativamente baixo para iniciar, cerca de R$ 20 mil para construção de uma estufa de 8 X 50 metros, incluindo também o sistema de irrigação e as próprias mudas, as quais levam cerca de três meses para começar a produzir.
Um dos agricultores que investiram na cultura do morango é Valentim Undoviski, o qual colhe semanalmente 1.300 quilos da fruta. “Comecei o cultivo com apenas uma estufa e hoje conto com três. É com o morango que tiramos o sustento da família”, relata Valentim, que trabalha juntamente com a esposa e os dois filhos. “Nos dedicamos muito todos os dias e recebemos todo o suporte técnico da prefeitura, o que é fundamental”, avalia. Segundo Undoviski, a produção no verão gira em torno de 150 quilos por dia, tendo uma queda no inverno. “São estágios naturais da planta. Com todo o esforço que fazemos, aliado à venda garantida, pretendemos ampliar a atividade”, conta.
Para auxiliar os agricultores, a prefeitura destinou o técnico agrícola Joel Sebastião da Cruz, servidor efetivo do município, para especialização nos processos de criação de morangos. “Buscamos dar todo o aporte necessário, desde o planejamento do empreendimento e terraplanagem da área, ao assessoramento na escolha das mudas, inserção do produto no mercado e demais quesitos que são fundamentais para uma boa produtividade e consequente rentabilidade”, ressalta o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Valcir Oliveira.
De acordo os números do Valor Bruto da Produção Agropecuária, divulgados pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a cultura do morango gerou em 2017 ao município de Mandirituba a renda de R$ 4.055.520,00, montante bastante superior ao obtido em 2016, quando foram R$ 2.455.170,00 e de 2015, o qual contabilizou R$ 804.883,20.