O governo do presidente Michel Temer ainda não aconteceu. Pode-se dizer que a crise estabilizou, que não passamos do fundo do poço, e que há todo esforço para a retomada da economia e do crescimento. Mas, de fato, a população não consegue enxergar ações que concretamente justifiquem esse discurso. Estão em curso algumas medidas que podem marcar positivamente o governo Temer, que seriam a reforma da previdência, reforma trabalhista, reforma tributária e reforma política. Mas é preciso coragem para fazer acontecer. E, além disso, muita disposição e trabalho político junto ao congresso nacional.
O próprio Michel Temer declara que não é populista e nem popular, ao mesmo tempo que sabe não ter chances de uma candidatura presidencial. Sendo assim, o que lhe resta é marcar sua passagem pela presidência fazendo o que seus antecessores não fizeram. Há um grande clamor no país por essas reformas. Se não é possível fazê-las na totalidade, que sejam concretizadas duas ou uma pelo menos. Já seria uma marca para a história de um governo que nasceu totalmente questionável.
O Brasil vive um momento de tamanha apreensão. A maior taxa de desemprego da história recente, recuo do consumo e escassez de crédito. Como mudar tudo isso? Sem crédito, falta investimento e consumo, consequentemente não se estimula a geração de emprego. Na semana passada falamos aqui neste espaço sobre o fio de esperança do país, o agronegócio. Mas é preciso muito mais. A medida do governo Temer sobre a limitação dos gastos públicos pode significar um primeiro passo. Mas nesta longa caminhada as reformas em questão são indispensáveis. A sociedade precisa participar, e existem muitas ferramentas para isso.