Desde o último mês, as instituições bancárias já estão trabalhando com novas taxas de juros para financiamento de imóveis. Depois da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, os bancos privados também anunciaram elevação das taxas. O impacto em dois importantes setores começa a ser sentido no mercado, seja para os profissionais da área imobiliária como também para a construção civil.
Com juros mais altos, é natural que os potenciais compradores de imóveis recuem ou repensem seus investimentos. Na construção civil, por exemplo, alguns empreendimentos estão desacelerando. É a preocupação com o mercado retraído.
Para o setor imobiliário, os reflexos estão sendo expressivos. O corretor de imóveis José Lessa, de Piên, conta que a mudança das taxas de juros paralisou vários negócios. Ele fala de uma certa insegurança dos compradores e a dificuldade do acesso ao crédito.
A Caixa Econômica, que é o principal agente de crédito para o setor imobiliário, informou que o foco do banco este ano será o financiamento de imóveis novos, com destaque para a habitação popular – operações do Minha Casa Minha Vida e recursos do FGTS. No caso das operações de habitação popular há garantia de que não haverá nenhuma alteração. Em se tratando de imóveis usados, a cota de financiamento nas operações com recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) vai passar de 80% para 50% nas operações do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), pelo Sistema de Amortização Constante (SAC).
Paralelo ao reajuste das taxas, muitos clientes da região enfrentam longa burocracia para acessar ao crédito. A maior dificuldade está muitas vezes na documentação dos terrenos, que não possuem escritura ou indicação fiscal.