Reeleito para administrar a cidade de Quitandinha por mais quatro anos, Zé Quirera destaca continuidade de ações nas áreas da saúde e educação, bem como qualidade das estradas rurais para o novo mandato. Busca por investimentos e avanços para o município também foram apontados em entrevista ao Jornal O Regional nesta semana
O REGIONAL: Qual a sua avaliação sobre o resultado obtido aí que lhe concedeu a reeleição para a prefeitura?
Zé Quirera – Trabalho. O pessoal de Quitandinha é um povo maravilhoso, trabalhador e 80% da arrecadação que ‘corre’ dinheiro no nosso município é do agronegócio e o ele cresceu muito nos últimos anos, mas principalmente na gestão Zé Quirera. E eu acredito que esse ano tem que agradecer muito a Deus, porque a safra vai ser maravilhosa. Tudo que foi plantado aqui está indo bem, está progredindo bem. Algumas safras já estão em andamento e outras virão no decorrer do final de novembro e dezembro, principalmente a safra de batata, fumo, feijão. Trigo já está no fim, a colheita. Daí vem soja, vem tantas outras coisas. E o agronegócio é a chave da arrecadação do município e eu agradeço esse povo, porque eu estou indo na verdade para um quinto mandato. Em 1984 fui suplente de vereador, 88 o vereador mais votado e 92 eu concorri à prefeitura e perdi. Aí 1996 eu ganhei a eleição. Só tenho a agradecer esse povo quitandinhense por tudo que confiaram em mim e nos meus amigos que concorreram comigo e agora essa eleição foi bem mais fácil do que as anteriores, porque o povo elegeu quem trabalha. A opção do eleitor foi pelo trabalho, pelo compromisso que o Zé Quirera sempre teve com os quitandinhenses. Fiquei 20 anos fora daqui, da prefeitura, da administração, nunca incomodei ninguém e depois de 20 anos o povo foi atrás de mim. Pessoas chegavam e me pedir por favor ser candidato a prefeito de novo. E eu voltei e ganhei a eleição contra grupos fortes, como foi essa eleição. Ex-prefeito, ex-vereador e vários ex que já concorreram, perderam, caíram fora da política. E agora essa eleição eu só quero agradecer ao quitandinhense e continuar fazendo o que eu sempre soube fazer muito bem, que é defender o nosso povo, a nossa honra. Melhor saúde, saúde, educação, estrada, trabalho. Agora temos outras etapas a seguir a partir de janeiro do ano que vem.
OR – O senhor coloca saúde, educação, as estradas como resultados positivos desse mandato que o senhor está concluindo. Qual avaliação das ações que deram certo e o que precisa melhorar para o segundo mandato que vai se ter início em janeiro?
ZQ – Eu não vejo a possibilidade de melhorar, mas se eu der continuidade naquilo que já foi feito até hoje, se eu conseguir isso, eu acredito que vai ser mais fácil. Para mim, é só aprimorar esse trabalho que foi feito até hoje. A saúde, que era péssima, hoje em é várias ocasiões tiramos em primeiro lugar em praticamente tudo. Se eu for discutir o problema de saúde, nós temos especialidades que a Capital do Estado não tem. Temos um programa de autismo maravilhoso e isso fez com que pessoas, que eram adversários políticos, se tornassem amigos, companheiros de campanha. Então eu vejo que, se eu conseguir manter a saúde nesse ritmo que vai, eu considero já muito bom. Trabalhamos todos os dias para aprimorar. A educação nossa é um exemplo também a nível do Estado e do Brasil. Um Ideb avançado, um salário de professores elevado. Vários municípios do país não puderam dar um aumento salarial adequado, mas que Quitandinha deu. Professores, enfermeiros, técnicos de enfermagem, esse pessoal são a chave da administração. Estradas rurais também é a chave da administração, porque o colono tem necessidade de deslocamento, de ir e vir todos os dias. Período de lavoura, estão plantando, tratando, tratos culturais e depois na colheita precisam de estrada, precisam de acessibilidade. E hoje o problema dos municípios vizinhos e do nosso país é a acessibilidade. E eu vejo como chave da administração essas três. Mas nós temos muitas outras coisas em andamento. Já concluímos dois campos de futebol para atender a área esportiva. Temos um ginásio que está sendo reformado completamente, praticamente um novo ginásio. E vai ser incorporado já programas essenciais para os jovens, principalmente os esportistas da nossa região e de todo o Paraná, que vai haver torneios como o Paraná inteiro aqui em Quitandinha. Se eu não puder melhorar e eu puder manter, já é uma grande coisa. Mas eu gostaria de salientar uma coisa também. Nós não somos sozinhos. Nós dependemos também do governo federal e estadual, porque é um conjunto, é uma engrenagem. Se o governo federal vai mal e o governo do Estado não participa com o município, aí o município fica a reboque dos outros. Com a economia que nós fizemos, com tudo o trabalho que foi feito nos primeiros dias da minha gestão, foi possível ampliar tudo o que era sonho meu e dos meus amigos. Outro lado importante também é a questão estão os vereadores. Naquela gestão que eu estou terminando agora, elegemos um vereador só, mas daí vieram três vereadores compor comigo. Não por causa de politicagem, mas pelo interesse da comunidade deles e do povo. Trabalhamos com quatro vereadores, com dificuldades de todos os lados. Inclusive, a câmara de vereadores tentou caçar o meu mandato sem pé nem cabeça, sem prova, sem nada. Resumindo, agora começa um novo mandato a partir de 1º de janeiro, com uma nova mentalidade porque a minha coligação elegeu cinco vereadores. Com cinco vereadores, não é para aprovar o que o prefeito quer, mas fica mais fácil de fazer aquilo que é necessário para a sua população. Nem sempre é só o que o prefeito quer ou o grupo político quer. A maioria das vezes, o vereador entra com uma proposta que eu acho ela importante, eu posso mudar a minha opinião, desde que isso tenha cabimento, que seja realmente uma necessidade. Ser vereador, eu posso falar porque eu também fui vereador, trabalhei naquela casa de leis. Com cinco vereadores, fica mais fácil trabalhar, não fica mais fácil aprovar leis. Leis, para ser aprovada, tem que ter fundamento, bem fundamentada. Comprovar a necessidade de aplicar um dinheiro naquela região. Mas mais importante é o vereador ir lá e trazer o recurso de quem nos apoiaram, deputado federal, estadual e governo. Porque é muito fácil o vereador chegar lá e pedir. E de onde que vai sair o recurso? O vereador não pode mexer no orçamento do município. Só o prefeito pode mudar o orçamento do município. Eu fui vereador, fui assessor de ministros, do Reinhold Stephanes, e fui sargento do Exército. Então, no período em que eu vivi fora, eu aprendi muita coisa. Por isso eu falo e acredito que será um mandato muito melhor, muito mais importante para a coletividade quitadinhense e o povo já está vindo morar aqui. Muitas famílias que eu conheço por aí e eu nunca vi, mas estão vindo morar em Quitandinha. O que nós temos que fazer? Trabalhar para o povo, se doar para o povo. Eu não estou aqui por causa de dinheiro, por causa de partido político. Eu sou um senhor de 75 anos, vivendo uma vida tranquila, aposentado federal. Tenho a minha família, duas meninas, uma de 10 e uma de 17 anos, que estão estudando e eu vivo a minha vida. Mas eu, mais da metade da minha vida eu me doei para o cidadão quitandinhense. Quando vêm grandes amigos meus aqui, comoToninho, Alisson [Wandescheer], pessoas que eu convivo há muito tempo, eu falo que partido político não elege ninguém. Quem tem voto, ele cria o partido político e se elege naquele partido desde que trabalhe para o povo, não para ele e para o partido político dele. Prefeito, ele é autoridade máxima. Depois do prefeito é a polícia e é o padre. Só que o prefeito, ele não pode também usar religião politicamente, mas ele tem obrigação com todas as religiões e com todos os partidos políticos, desde que não sejam pessoas que venham usar a igreja para política e que vai usar o partido político para política, esse daí faz parte. Eu nunca usei. Várias vezes vieram assessores do governador pedir para me filiar no partido do governador. Eu guardei o meu deputado, Toninho e Alisson. O deputado Toninho, que muito tem investido aqui, Toninho e Alisson investiram milhões aqui em todos os setores da sociedade. Se for olhar bem, deputado Toninho, foi o PP porque achou melhor politicamente. Então eu vou com você. E hoje estou reeleito junto com o deputado Toninho pelo PP. Então é o partido que elege? Não. O que elege uma pessoa é o nome dele, a honra e o respeito com a sociedade. Para mim, o importante é você ter um partido político para você poder ser candidato, mas partido não elege ninguém. O que elege é o cidadão, o nome do cidadão.
OR – Agora vocês estão trabalhando para assumir esse mandato 2025-2028. O senhor pode adiantar sobre a composição de equipe, as prioridades e o plano de trabalho para a nova gestão?
ZQ – Já existe um plano de trabalho para a nova gestão. Vamos ampliar no primeiro ano do mandato em cinco quilômetros de asfaltos rurais, que é aquele asfalto comum, que é feito para trânsito, que eu nem fiz agora, 10 a 12 quilômetros de asfalto foi feito durante o mandato. Se forem daqui para o Piên do Doce Grande, vão acompanhar eles terminando vários trechos de asfalto. Provavelmente, no futuro, nós vamos ter aqui que Quitandinha a Piên asfaltado, porque até o Doce Grande eu vou trabalhar para chegar lá. Falta pouco. Quando você faz esses asfaltos rurais, chove bastante, não prejudica as estradas, não precisa estar fazendo bueiro. Porque se estoura bueiro, joga as manilhas no rio, tem que ensaibrar tudo de volta e trabalhar tudo de volta aqueles trechos prejudicados. E temos também programação de novas escolas municipais. Tem duas comunidades que estão sendo trabalhadas e indenizadas a área, vamos fazer uma escola nova no Turvo. Porque a escola que tem lá, que é do município, está completamente prejudicada pelo tempo, já foram feitas várias reformas, não tem mais condições. Então, na área de educação, tem vários projetos, sim, que vai ser alcançado agora essa nova gestão. Já existe recurso programado, alocado, e se for olhar no quadro urbano, existem várias coisas importantes sendo projetadas pelo município, que é a reforma das calçadas da cidade. Já existe um plano entre o Paranacidade e o governo do Estado, junto com os municípios da nossa região, para fazer um orçamento que não custe tão caro. Porque hoje, se for mexer em calçamento da cidade, fazer novo, vai gastar uma verdadeira fortuna e se torna inviável para os municípios. Se for olhar também na área de espaço cultural, Quitandinha já tem vários espaços que foram criados na minha gestão e vão ser ampliados. No turismo já avançamos bastante, mas vamos avançar muito mais a partir de ano que vem. Vamos ter que criar a Secretaria de Turismo para trabalhar melhor essas coisas. Questão da assistência social, idosos, hoje têm a chance de embarcar num ônibus aqui, amanhecer lá em Aparecida do Norte, e lá eles vão ter um hotel à disposição que é pago com dinheiro público. É programada uma viagem, esses idosos vão, divertem, cumprem as obrigações religiosas deles e retornam para os seus lares felizes da vida. Quando não encontram eles, eles não acreditam. Quer um exemplo? Serra do Mar. Encontrei os velhinhos esses dias na cidade ali que vieram me abraçar e contaram que conheceram a Serra do Mar, foram para Morretes, comeraram barreado. Não é meu dinheiro, é do povo. Tem pessoas que nunca poderiam ir na Madre Paulina e vão dois ônibus, por exemplo, levando esses idosos, eles passam um dia maravilhoso. Eles embarcam à noite, quando é programado, eles posam lá, é contratado um hotel e essas pessoas vêm felizes da vida embora. Turismo, assistência social, saúde, educação, estradas rurais, tudo é coletividade. O prefeito tem que pensar no coletivo. Então, eu acredito que vai ser muito importante esses próximos quatro anos, porque nós temos a maioria dos vereadores, salvo se não houver acordo entre as partes lá, eu acredito que vai haver. E eu acho que vai ser muito mais fácil para eu administrar os próximos quatro anos. Pedir para Deus que dê saúde para mim, para os quitandinhenses, para nós continuarmos esse trabalho importante. Ano que vem as safras vão ser grandes, o povo vai ter uma condição melhor, Quitandinha vai evoluir muito e já estão pensando também em criar um parque de eventos dentro do quadro urbano de Quitandinha. Já existe uma família que está tentando fazer um acordo familiar para liberar uma área de dois alqueires para nós, o município indeniza as famílias e é um parque de eventos que nós vamos fazer dentro da cidade de Quitandinha para os quitandinhenses.
OR – Prefeito, o senhor já tem uma trajetória de longos anos na política, sua autoavaliação da experiência em estar no comando da prefeitura e atuando como vereador nesse tempo?
ZQ – Quando eu era vereador, se tinha uma coisa importante para fazer numa comunidade e como eu era adversário político do prefeito da época, ele não queria fazer a obra. Mas eu ia lá e conseguia o dinheiro, conseguia projetos parecidos e vinha e o prefeito aceitava a obra. O que o vereador consegue num projeto e consegue o dinheiro para fazer aquele projeto em benefício da tua população, é tua obrigação com o povo, com o vereador, porque está ajudando o povo. O vereador que vai na câmara para fazer fuxico, encrenca, esse não é o vereador que trabalha pelo povo. Ele é o vereador que trabalha para o partido político. Eu considero que foi importante para mim essa experiência de praticamente dez anos no Exército Brasileiro, que eu trabalhei em quatro cidades e só pedi a baixa porque me mandaram para o Mato Grosso, não gostei da cidade que eu fui e pedi a baixa e fui embora. Aí virei o maior batateiro de Quitandinha nos próximos anos e trabalhei muito de assessor no doutor Reinhold Stephanes, que foi ministro desse país três vezes. Eu acho que foi importante essa convivência com essas pessoas que me deu um preparo maior para ser um bom servidor público. E o povo acatou eu como vereador e como prefeito e eu me doo todos os dias. Eu nunca faltei um dia aqui em todo esse tempo do mandato. Todos os dias eu estou aqui. Mesmo que eu tenha um encontro de manhã em Curitiba, duas, três horas eu já estou aqui. E todos os dias eu tenho coisa para resolver e eu acho que vai ser assim para frente. Muitos amigos acham que eu devia tirar folga, posso tirar folga. O dia que tiver tudo certinho, encaminhado, sem problemas, é claro que é importante. Quando eu tiro folga ou viajo na sexta de tarde, volto domingo à noite ou segunda de madrugada. E sempre estou aqui, como estou hoje aqui para receber vocês, que é uma satisfação para nós quitandinhenses receber esse jornal que trabalha em nossa região.
OR – Qual sua mensagem ao povo e o que pode-se esperar do próximo mandato Zé Quirera?
ZQ – Só coisa boa. Tudo que for possível, eu quero estar todos os dias aqui. Primeiro para levar o benefício para todas as comunidades de Quitandinha, que são em torno de 40 comunidades hoje. E para trazer tudo de bom para a saúde, educação, para as estradas e também vamos ter um projeto junto com o [deputado] Ricardo Barros para trazer um apoio para ampliar o nosso parque industrial. O parque industrial que tem hoje está defasado por má administração dos gestores anteriores. Fui eu que criei esse parque industrial em 1997/98. Quando eu estava concluindo as documentações ambientais e outras, veio a eleição. Aí eu perdi a eleição. O que eu dei no andamento foi e o que eu não dei ficou enroscado pelo caminho muitos anos. Agora nós vamos trabalhar para recompor essa área industrial com o tempo. Não adianta você querer criar uma coisa e não ter empresa que tenha interesse. Se houver interesse de empresas que venham gerar emprego, renda para a nossa cidade, nós estamos juntos para trabalhar. Tem empresa que abriu lá, ficou 10 anos e nunca gerou nada. Quando uma empresa não gera nada, ela não tem direito de se manter na área que foi doada pelo município. Isso é uma coisa que o Ministério Público está tendo no Brasil inteiro. Então eu acho que é importante dizer para o quitandinhenses que eu estarei aqui todos os dias, para que o município evolua, cresça, que o nossos filhos tenham um estudo apropriado e que nós possamos levar em frente a bandeira de Quitandinha.
