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Transplantes marcam a vida de quem doa e recebe

Com jeito brincalhão, João Soares de Oliveira teve uma passagem marcante, deixando muitos amigos e um grande legado. Ele faleceu em julho e teve os órgãos doados, salvando vidas. Foto: DivulgaçãoAlém de apresentar um pouco mais sobre a campanha Setembro Verde e detalhar como funciona o processo de doação de órgãos, O Regional entrevistou nesta semana pessoas que tiveram uma importante ligação com a realização de transplantes.

Um dos relatos é de Joice Raquel de Oliveira, de Piên, que em julho enfrentou a perda do pai João Soares de Oliveira, aos 66 anos, vítima de uma hemorragia cerebral. “Foram cinco dias de internamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), até que os médicos diagnosticaram a falência encefálica”, recorda Raquel. Ao chegar ao hospital, uma equipe médica apresentou o processo de doação e perguntou se a família autorizava. “Eles foram muito sensíveis e humanos e, neste momento, recordei que meu pai sempre dizia que gostaria de doar os órgãos. Falei com a minha mãe e optamos então por fazer este desejo dele”, detalha.

Após a autorização dos familiares, foi realizada a retirada do fígado, que foi transplantado em um paciente do interior do Paraná. “Não conheci a pessoa que recebeu a doação, mas gostaria muito de saber como ela está”, relata Raquel. Para ela, os dias que passou no hospital marcaram bastante e fizeram refletir sobre a importância de doar os órgãos. “São tantas pessoas, crianças e adultos, que dependem desta ajuda para ter uma sobrevida. Meu pai sempre foi uma pessoa solidária, disposta e honesta, tudo isso marcou muito e é alento saber que parte dele continua viva ajudando uma outra pessoa”, destaca.

Jango recorda os momentos difíceis que enfrentou e destaca a gratidão à família por ter sido o suporte para continuar. Foto: Arquivo/O RegionalJá o mandiritubense João Carlos dos Santos, o Jango, teve a sua vida salva devido a um transplante. Em 2007, ele foi impedido de doar sangue por apresentar um quadro de pressão alta. “Passei a tomar medicamentos para o controle da pressão, mas nunca fiz um acompanhamento preciso”, conta. Cerca de quatro anos depois, Jango estava também com anemia, pesava 112 quilos e tinha grande cansaço físico. “Fiquei internado 19 dias na UTI, onde os médicos diagnosticaram que 95% do meu rim estava comprometido e eu estava retendo muito líquido”, relembra Jango, que, em virtude deste grave problema renal, realizou hemodiálise durante um ano e dois meses. “Foi um período muito difícil, de grande sofrimento, com três sessões semanais de 4 horas cada. Recordo de um paciente que teve mal súbito durante este processo e faleceu ao meu lado”, lamenta.

Bastante cansado e sentindo os reflexos da hemodiálise, Jango solicitou à equipe médica maiores detalhes sobre o transplante. “Meu nome foi inscrito na fila de espera e meus familiares, que foram muito prestativos, fizeram exame de compatibilidade, que apontou que o rim da minha irmã caçula era 70% compatível”, conta. Após a realização de análises complementares, o transplante ocorreu no dia 9 de novembro de 2016. “Eu fiquei mais tempo internado, sete dias. Foi um procedimento muito rápido, que certamente se eu não tivesse feito, hoje poderia não estar mais aqui, devo a minha vida a minha irmã”, ressalta Jango, pontuando como é a vida depois do transplante. “Faço acompanhamento médico e tomo medicamentos diários. Além disso, meus hábitos alimentares e físicos mudaram bastante, mas sigo uma rotina normal”, destacou.

Em ambas as histórias, os entrevistados manifestaram o interesse em doar órgãos, deixando explícita essa vontade para os demais membros da família. São relatos de perda, sofrimento e superação, que servem de inspiração para todos.

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